As condições meteorológicas do passado mês de julho, possibilitaram a realização dos trabalhos agrícolas, tendo ainda beneficiado a maioria das culturas de regadio, segundo previsões agrícolas, agora divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Contudo, o INE verificou a existência de explorações, em que a disponibilidade de recursos hídricos é insuficiente para dar resposta às necessidades das culturas. Exemplos disso, são as vinhas e olivais do Alentejo, que já apresentam sintomas de stress hídrico, segundo o instituto.
A este facto, acresce a existência de explorações incapazes de dar resposta ao abeberamento animal, com os seus recursos próprios, levando ao aumento de casos de transporte de água retirada de reservas públicas, execução de novas captações de água, assim como instalações de sistemas de energia e de bombagem para reforço das captações existentes.
A reduzida precipitação nos últimos meses, levou ao fim antecipado do ciclo dos prados e pastagens de sequeiro, não havendo regeneração e sendo registada uma baixa produção de matéria verde, para a pastagem animal. Segundo o INE, contornado este problema na alimentação para os animais, os produtores recorreram intensamente ao restolho resultante da ceifa dos cereais, que alimenta os animais em agosto, e a reservas destinadas ao período de inverno.
Relativamente ao teor de água no solo utilizável pelas plantas, no final do mês de julho reduziu em todo o território português, tendo diminuído para valores inferiores a 20%, nas regiões do Alentejo e Algarve.
Em termos meteorológicos, o mês de julho do presente ano carateriza-se como quente e seco, com 79% de Portugal continental em situação de seca severa e extrema, e com níveis de precipitação abaixo do normal.
No presente mês de agosto, o Governo referiu o pagamento antecipado de apoios, a autorização para pastagem animal em áreas anteriormente interditas e a reabertura de candidaturas para captação de água para o gado, como medidas a adotar para apoio aos agricultores afetados pela seca.