Depois de ontem (1 de Julho), o Ministro das Finanças Vítor Gaspar ter pedido a sua demissão, hoje o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas apresentou hoje a sua demissão.
A decisão “é irrevogável”, adianta o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros num comunicado às redações.
Paulo Portas contesta a escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois de a saída de Vítor Gaspar, com quem tinha “conhecidas diferenças políticas”, “permitir abrir um ciclo político e económico diferente”, sublinha o líder do CDS/PP.
“A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.(…) Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao Primeiro-Ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha [de Maria Luís Albuquerque]. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um ato de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.
Portas adianta que, em dois anos de governo, “protegeu até ao limite das suas forças o valor da estabilidade”, mas “a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efetivamente, dispensável” o seu contributo.
O comunicado termina com um agradecimento aos colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros e colegas de Governo, “sem distinção partidária”.