O número de espécies exóticas de peixe no Rio Guadiana, iguala agora o número de espécies nativas, com a descoberta do peixe-gato-do-canal, por uma equipa de investigadores de três entidades portuguesas.
A descoberta surge no seguimento de um estudo desenvolvido no âmbito do projeto FRISK que, com base em registos online (redes sociais, blogs e plataforma de partilha de vídeos) de pescadores, revelou a introdução na espécie no rio Guadiana em Portugal, possibilitando os mesmos descrever o padrão espacial e temporal da invasão do peixe-gato-do-canal.
São 11 as espécies não originais detetadas até então no referido curso de água sendo que, segundo os registos, a presença do peixe-gato-do-canal em Portugal foi primeiramente detetada no Alentejo, em 2011, junto à fronteira com Espanha. Desde então, dispersou-se pela barragem do Alqueva, tendo já alcançado a zona de Mértola (Beja).
Em 2016, um exemplar capturado por um pescador profissional na barragem do Alqueva, foi analisado em laboratório para identificação morfológica, tendo sido confirmada a espécie.
O peixe-gato-do-canal foi introduzido em Espanha, no início da década de 80, estando a sua dispersão alegadamente relacionada com introduções ilegais visando a pesca desportiva.
Segundo o estudo, em Portugal é detetada, em média, uma espécie exótica de peixe, a cada 2 anos, algumas delas com alto impacto na sobrevivência da fauna e flora aquática. O peixe-gato-do-canal é omnívoro, podendo tornar-se piscívoro quando alcança grandes dimensões.