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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

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Com a criação do Instituto de Estudos Florbelianos, Tiago Salgueiro procura apoio de mecenas para Casa-Museu Florbela Espanca em Vila Viçosa (c/som)

A petição pública “Pela criação da Casa-Museu de Florbela Espanca em Vila Viçosa”, criada em 2015 pelo Investigador de História Local, Tiago Salgueiro, e dirigida ao Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, tinha até março passado pouco mais de 300 assinaturas. Contudo, no espaço de menos de um mês contou com um aumento exponencial de adesões, tendo agora quase 1500 assinaturas. O autor falou em exclusivo à Rádio Campanário (RC), avançando a notícia de que o edifício onde viveu Florbela Espanca poderá ser adquirido com apoio mecenático.

Ao explicar o aumento de aderentes a este documento, que se deveu sobretudo a uma publicação de Miguel Somsen, responsável pela marca Gin Lovers e que trabalha no departamento de promoções da TVI, na sua página de Facebook, com cerca de 20 mil seguidores, Tiago Salgueiro diz que “o que aconteceu foi o reflexo ou a consequência do impacto que as redes sociais têm no mundo de hoje”.

Tiago Salgueiro diz que esta petição surgiu com o objetivo de “poder avançar com o projeto da Casa-Museu Florbela Espanca”, em Vila Viçosa, e que com esta exposição “muitas pessoas acabaram por se associar e acabaram por fazer a sua proposta concreta”, como “uma nova petição para a Assembleia da República”. Contudo, e apesar das várias manifestações de apoio surgidas recentemente, o Investigador teme pela “imagem com que o turista fica relativamente à memória de Vila Viçosa”, pois “a casa encontra-se num avançado estado de degradação”.

Ainda assim “para além da questão do edifício, já existe algum trabalho feito”, como “um levantamento ao nível das coleções e objetos que estão relacionados com a memória de Florbela Espanca e que se encontram em coleções particulares”, a partir dos quais “podemos eventualmente estabelecer a base para um futuro plano de trabalho, desde que haja espaço físico que possa acolher de facto essas coleções”. Pelo que “a vantagem que tem a casa que se encontra na Rua Florbela Espanca é a centralidade”, uma vez que se encontra “no circuito de excelência de Vila Viçosa”, ao mesmo tempo que “seria fácil enquadrar um plano arquitetónico que permitisse albergar as coleções que nós temos vindo a identificar”, considera Tiago Salgueiro.

Para tal, “é preciso que haja vontade política”. Por outro lado, “nós temos ideia de desenvolver até uma série de projetos, que têm a ver até com esse potencial apoio mecenático que possa ser dado para aquisição do edifício”, estando “neste momento numa fase de negociações”, avança em exclusivo à RC, Tiago Salgueiro.

Ainda assim, o Investigador de História Local e autor da petição acima mencionada, volta a sublinhar que a concretizar-se essa hipótese, ela terá que ser acompanhada do “compromisso de uma posterior utilização ou posterior apoio por parte das entidades competentes, relativamente à questão arquitetónica de reabilitação e também relativamente ao plano museológico”, nomeadamente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, “além de outras entidades”. Como por exemplo “o Grupo Pro-Évora [Associação de Defesa do Património da cidade de Évora] que também detém parte do espólio de Florbela Espanca” ou até “o espólio do Grupo Amigos de Vila Viçosa”.

Tiago Salgueiro considera que “talvez possa ser a sociedade civil a dar uma resposta a esta questão”, uma vez que “por parte das entidades competentes não houve ainda grandes desenvolvimentos relativamente à potencial aquisição do imóvel”.

Por fim, se a mensagem da criação da Casa-Museu “chegar às entidades com responsabilidade nesta matéria, nós depois iremos tentar um conjunto de estratégias que, eventualmente, poderão passar até por uma outra petição a enviar à Assembleia da República”. Para esse fim, foi também criado um “Instituto de Estudos Florbelianos” em Vila Viçosa, avança Tiago Salgueiro. Que “irá dar de facto um novo formato, um novo enquadramento em relação àquilo que nós individualmente temos vindo a fazer”.

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