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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Celebração da Semana da Europa em Campo Maior transformou as fronteiras em pontes (c/som e imagens)

O Centro de Ciência do Café (CCC) foi um dos espaços museológicos alentejanos que se juntou às comemorações da Semana da Europa em 2018, de 7 a 11 de maio, tendo recebido cerca de 2000 crianças e jovens da região do EUROACE (região que engloba duas regiões de Portugal, Alentejo – Centro e Extremadura espanhola). Na cerimónia de sensibilização que juntou escolas alentejanas. da região centro e ainda da Extremadura espanhola, pôde ouvir-se o “Hino da Alegria” cantado pelos mais novos, assim como os discursos de diversos alunos, que enfatizaram a multiculturalidade e união como a principal mais-valia do espaço comum europeu.

Enquanto promotor desta iniciativa, que juntou os museus ao Dia da Europa, que se viu assim transformado numa Semana da Europa, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), Roberto Grilo, evidenciou “aquilo que nós entendemos que é um processo de cultura, que se tem, de alguma forma de introduzir e dar a conhecer e viver com aqueles que são os mais jovens”, apesar da importância dos fundos comunitários, sobretudo “para alavancar a atividade económica, com o desígnio da coesão”.

“Não podemos olhar para a Europa só na perspetiva do benefício”, pois a União Europeia (UE) é “um projeto que envolve políticas, que envolve princípios de coesão, que envolve princípios de solidariedade, princípios territoriais” numa “comunidade que assenta em pessoas”, refere Roberto Grilo. Contudo, são inegáveis os progressos regionais “desde as estradas, desde os equipamentos”, mas além disso a Europa trouxe também “a circulação das pessoas, a circulação das mercadorias”, esclarece.

Roberto Grilo diz ainda que do envelope de 25 mil milhões de euros que o país recebe para um período de programação, os 1080 milhões que a região do Alentejo tem para aplicar até 2023 são apenas “um instrumento”, entre aquilo que que são os princípios multiculturais da UE, onde “aquilo que antes eram as fronteiras, a dificuldade, aquilo que era o entrave, hoje são pontes”.

Também à RC, o presidente do município campomaiorense, Ricardo Pinheiro, sublinha a importância da “confiança” no meio europeu, pois considera que “se nós, portugueses e alentejanos, tivermos níveis de confiança elevados somos capazes de competir com todos os 27 países à da Europa de forma igualitária”.

Para o autarca, o turismo “tem feito um trabalho extraordinário na promoção do Alentejo” a nível europeu e, na qual, reconhece que “toda a estratégia económica se tem baseado, e pelo menos nos próximos cinco a seis anos, se baseia nesta questão: como é que nós somos capazes de colocar valor acrescentado no património material e imaterial que temos na região”, afirmou.

Por seu turno, a Diretora Regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, destacou “a importância da Europa no incentivo à cultura, e à conservação do património”, que tem sido “imensa”, pois “nós, no Alentejo, grande parte ou a grande maioria dos monumentos e dos sítios classificados que temo recuperado, tem sido sempre através de fundos europeus”.

João Nabeiro, administrador do grupo Delta Cafés, realça que, com a formação da União europeia, “a aproximação dos povos foi, a partir dai, uma realidade” e, a nível económico, a abertura das fronteiras foi “um ponto de viragem de toda uma filosofia comercial”.

Questionado sobre a chegada da moeda única, o administrador refere que “a fronteira foi sempre um obstáculo quase virtual” para o grupo Delta Cafés, ao qual a mesmas veio “facilitar enormemente as trocas comerciais e dar muita segurança”, disse.

A esta estação emissora, João Grilo, presidente do município de Alandroal, destaca a participação de jovens na iniciativa e a importância que tem saberem que “não nasceram numa região periférica, no interior ou num país sem oportunidades, nasceram numa comunidade talvez a mais desenvolvida do mundo”.

Quer o autarca dizer que “significa o mundo de oportunidades, muito diferente daquilo que tiveram os seus pais e os seus avós”, pois, apesar do Alentejo ser uma região fronteiriça “é fundamental que deixe de existir esta ideia de fronteira”, como é o caso do município alandroalense, onde “apesar de fisicamente não existirem fronteiras, ainda tem um conjunto de barreiras que têm de ser ultrapassadas”, como é o caso do rio Guadiana, que separa terras portuguesas de espanholas.

O Diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Évora, José Ramalho, sublinhou a possibilidade e “as facilidades que os jovens têm hoje, ao circular por esta Europa toda”, destacando “as portas que se abriram com a adesão à UE” para o Alentejo, tornando-se “o destino da Europa”.

Miguel Rasquinho, diretor regional do Alentejo do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, aponta a necessidade de os jovens compreenderem “qual é o papel que têm que ter na Europa”. O dirigente incentiva ao associativismo juvenil e estudantil, para a formação dos jovens e para que estes possam começar “a criar as suas ideias para o futuro do país e da Europa”.

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