A Basílica Real de Castro Verde (distrito de Beja), apresenta “um quadro geral de degradação”, que desagrada ao município, aponta António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, em declarações à RC.
Esta degradação decorre da “idade que tem” esta igreja, cuja construção remonta ao século XVI.
A maior preocupação prende-se com a cobertura, sendo que “portas e janelas têm uma situação que não é recomendável”. Também “a pintura não é adequada”, apresentando ainda problemas no seu interior ao nível da abóbada e dos azulejos.
Para elaborar um projeto e consequente candidatura a fundos comunitários, foi criado “um grupo de trabalho constituído pela Câmara Municipal, pela Paróquia de Castro Verde e pela Direção Regional de Cultura do Alentejo”. Contudo, “neste momento não há fundos comunitários nem há candidaturas abertas para esse fim”.
Entretanto a autarquia, “em conjunto com a Junta de freguesia de Castro Verde e também com a Paróquia” elaboraram um primeiro projeto destinado à limpeza e trabalhos de reparação da cobertura, portas e janelas, assim como de pintura do município, avança. Esta requer um investimento de 100 mil euros, cujo financiamento estão “a procurar assegurar”.
O investimento mais profundo, nomeadamente do interior da igreja, requer um investimento de “várias centenas de milhar de euros que não estão quantificados” ainda.
A Basílica Real de Castro Verde “é um monumento emblemático”, e “durante muitos anos permitiu-se que se chegasse a esta situação”, aponta o autarca.
Por questões de segurança a Paróquia suspendeu no espaço a realização de atos religiosos, contudo, “neste momento, a Basílica e o seu tesouro estão abertos ao público”.
Com larga procura diária por parte de turistas, a Basílica é visitável perante o cumprimento de “determinadas regras”.
A Basílica Real de Castro Verde, Monumento de Interesse Público desde 1993 e um dos mais importantes da região Alentejo. Mais de 60 mil azulejos revestem o monumento, destacando-se os painéis alusivos à vida do primeiro rei de Portugal e ao milagre de Ourique, características das oficinas lisboetas de 1730, e o madeiramento do tecto da igreja foi pintado entre 1728-1731, exemplifica a marcenaria do tempo de D. João V.
Foi D. João V, rei de Portugal, que ordenou a reconstrução da igreja (1573), que decorreu entre 1727 e 1735 e lhe concedeu o título de basílica real em homenagem à vitória de D. Afonso Henriques sobre os cinco reis Mouros, ocorrida em 1139.