A Herdade Vale da Rosa (Ferreira do Alentejo, Beja) oferece emprego a luso-venezuelanos, no âmbito de um protocolo assinado com o Governo da Madeira.
Em declarações à Campanário, Ricardo Costa, relações públicas da herdade, explica que “temos uma previsão de cerca de 100 pessoas” que serão empregadas ao abrigo deste protocolo.
Este documento vem “formalizar aquilo que nós já temos vindo a fazer, uma vez que já temos no Vale da Rosa cerca de 30 luso-venezuelanos”, avança, recrutados ao longo dos últimos meses.
A necessidade de recrutamento surge da falta de mão-de-obra disponível na região para dar resposta às necessidades da empresa, que desta forma tem de recorrer a mão-de-obra estrangeira. Esta necessidade é acentuada pela intenção de, em 5 anos, duplicar a produção da herdade.
Estes recrutamentos de luso-venezuelanos direcionam-se para o período das colheitas, sendo que algumas dessas pessoas serão empregadas permanentemente. Posteriormente, no período das vindimas, são retomadas as contratações sazonais.
Os trabalhos de campo na herdade abrangem os mais variados postos, desde supervisores de campo, encarregados, tratoristas, operadores de armazém ou engenheiros agrónomos, aponta.
O representante da herdade avança que “durante o período de campanha, chegamos a 1000 pessoas a trabalhar no Vale da Rosa”, sendo priorizado o recrutamento de pessoas da região ou do país.
Forçados ao recrutamento de mão-de-obra estrangeira, afirma não considerarem ser esta a opção preferível, uma vez que dificulta que seja a mesma pessoa a desempenhar a mesma função na campanha seguinte, sendo necessário despender tempo consecutivamente em formação. “Julgamos que o segredo está na fidelização das pessoas à empresa”, conclui.
A cerimónia de assinatura do protocolo decorreu no início desta semana, numa cerimónia que contou com a presença do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, da secretária da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade e do empresário e representante da Herdade do Vale da Rosa, António Ferreira.
Recorde-se que a acentuada crise política na Venezuela, levou o Governo português em meados de 2017, a criar um pacote para facilitar a atribuição de nacionalidade portuguesa a luso-descendentes na Venezuela.
Desde então e até março de 2018, foi concedida a nacionalidade portuguesa a 5800 lusodescendentes. Destes, cerca de 4000 regressaram à Madeira, e cerca de 1500 ao Continente.