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Governo pretende “adensar o Montado existente” e “aumentar a sua área de plantação”, diz Capoulas Santos (c/som e fotos)

A XIX Feira do Montado, organizada pela Câmara Municipal de Portel, denominada como “Capital do Montado”, deu o seu pontapé de arranque esta quinta-feira, dia 29 de novembro, com cerca de 200 expositores, tendo contado com a presença do Ministro da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, que destacou a necessidade de investir na plantação de Montado, e a pertinência de “um município, como é o caso de Portel, ter-se transformado na capital do Montado e todos os anos promover um evento que junta centenas de expositores e que demonstra a várias utilizações e aplicações da cortiça”, o  que “sublinha a importância económica, cultural, ambiental e social deste sistema único no mundo”.

“Nós portugueses, neste caso os Alentejanos, gostamos de celebrar aquilo a que estamos ligados, a que estão ligadas as nossas raízes culturais mais profundas”

 

“Nós portugueses, neste caso os Alentejanos, gostamos de celebrar aquilo a que estamos ligados, a que estão ligadas as nossas raízes culturais mais profundas”, diz Capoulas Santos, afirmando que o montado é vivido e percorrido por todos.  “Hoje temos uma perceção, talvez diferente daquela que tínhamos no passado, que este é um bem que pode perecer e temos por isso que defende-lo cada vez mais”, acrescenta.

“Não é a mesma coisa uma garrafa de bom vinho estar vedada com um produto natural, ou com uma cápsula de plástico”

“Felizmente que os jovens estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais, com a natureza, com os perigos que as ameaçam”, sendo que “o Montado é um ecossistema riquíssimo, um ecossistema que não trata apensa das árvores, das plantas, mas também dos insetos, dos anfíbios, dos mamíferos, enfim, de toda a fauna que depende deste ecossistema” e que “estará ameaçada se não soubermos defender a árvore, isto é o sobreiro e a azinheira, isoladamente, e o seu conjunto”, que representam o Montado.

“Se não aumentarmos a área de montado, não conseguiremos dar resposta a essa procura, que é cada vez maior”

No sentido de proteger este património florestal e endógeno do Alentejo, quer de todas as ameaças, o Governo tem “um conjunto de medidas, que apoiam os produtores e que visam, não só adensar o Montado existente, como até aumentar a sua área de plantação”, uma vez que “o produto principal, a cortiça, é um produto único, que poucas zonas do mundo têm condições para produzir esta árvore magnífica”, explica o Ministro.

Sendo que a principal utilização da cortiça se destina à criação de rolhas, que são “um vedante natural”, Capoulas Santos afirma que “não é a mesma coisa uma garrafa de bom vinho estar vedada com um produto natural, ou com uma cápsula de plástico”. Por isso, a “associação da qualidade de um bom vinho, a um bom vedante que é a rolha, é fundamental para que rolha continua a ter a procura que teve, como tem agora”. Contudo, “se não aumentarmos a área de montado, não conseguiremos dar resposta a essa procura, que é cada vez maior”.

Por seu turno, o Presidente da Câmara Municipal de Portel, José Grilo, sublinhou que têm sido as instituições, comerciantes e todos aqueles que têm aderido ao certame, com cerca de 200 expositores nesta 19ª edição, que “têm ano após ano, dado cada vez mais força à nossa feira” e têm-na consolidado”, ao mesmo tempo que tornam o certame numa “referência no Alentejo e nacional também”.

“Portel está numa mancha muito significativa de Montado, de sobro e de azinho, e muita da nossa atividade está ligada aos montados”

 

 

Por outro lado, “Portel está numa mancha muito significativa de Montado, de sobro e de azinho, e muita da nossa atividade está ligada aos montados”, seja de forma direta, “com os tiradores de cortiça, com a recolha” ou “com as lenhas”, “com a atividade silvo pastoril, a agropecuária”. Desta forma, “o Montado é uma identidade nossa, de Portel”, afirma o autarca. Sendo este, um evento que serve de montra às mais variadas atividades e daquilo que é “uma base da economia local”.

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