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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Não somos propriedade do Governo nem da Proteção Civil”, diz presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Évora (c/som)

As corporações dos bombeiros voluntários do distrito de Évora juntam-se ao boicote nacional de não divulgação de dados ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

Inácio Esperança, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Évora, explica em declarações a esta estação emissora os motivos na origem do protesto e as reivindicações feitas.

O dirigente realça que “o socorro não está em perigo”, sendo que os bombeiros continuam a colaborar com “todas as entidades no âmbito da proteção civil em qualquer ocorrência que exista”, não fazendo o retorno apenas ao CDOS.

Este é um “protesto porque os diplomas legais que já saíram e outros que estão para discussão pública não contemplam nenhuma das indicações que a Liga dos Bombeiros Portugueses” apresentaram ao Governo.

“Visto que não há neste momento diálogo, entendemos protestar por não estarmos a ser ouvidos”

 

O presidente distrital aponta a existência de um esquecimento por parte do Governo de que “os bombeiros são entidades privadas”, sendo que “no desenho da próxima Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil praticamente […] deixam de existir enquanto instituições de direito privado”.

Questionado sobre o possível desfecho do protesto, considera que “o Governo, refletindo melhor, irá anuir às nossas sugestões”, tendo em conta que a sua pequena dimensão “relativamente à estrutura monstruosa que a proteção civil está a montar”.

“Não somos propriedade do Governo nem da Autoridade Nacional de Proteção Civil, embora estejamos a ser tratados como tal há muito tempo”

Inácio Esperança aponta ainda que os bombeiros contam já com uma estrutura de comando operacional que funciona paralelamente, e que “não é reconhecida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil”.

As reivindicações apresentadas são 3, explica, que passam em primeiro lugar pela criação de uma “estrutura própria com orçamento próprio”, “autónoma da proteção civil”, que receberia as verbas pelos serviços prestados, em vez de ser distribuído pelos bombeiros pela proteção civil, nomeadamente pelo CODIS.

A segunda reivindicação passa pela criação de “um comando próprio”, com comandantes distritais operacionais, requerendo “mais um a nível nacional para coordenar toda a ação dos bombeiros”.

A terceira contempla “o cartão social do bombeiro e as regalias sociais para os bombeiros”, com pontos desde a isenção de taxas no serviço nacional e redução do IMI e do IRS, “não onerando a despesa da Proteção Civil e podendo aumentar o voluntariado nos quartéis de bombeiros”.

Entretanto, Reguengos de Monsaraz surge como a única corporação do distrito que “está a emitir informação para o CDOS”. Segundo a Rádio Campanário apurou junto do presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Reguengos de Monsaraz, a posição da associação em continuar a transmitir ao CDOS as ocorrências, prende-se com o que entende ser a preservação da segurança das pessoas e dos bens em caso de emergência, assim como o reforço da confiança no papel desempenhado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

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