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Terça-feira, Novembro 26, 2024

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Vírus detetado em lebres do Alentejo não constitui perigo para a saúde pública, diz pres. da Fed. Alentejana de Caçadores (c/som)

A presença de uma mutação do vírus mixomatose em lebres nos concelhos de Évora e Beja, foi confirmada pelo Laboratório de Virologia do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (DGAV), no passado mês de novembro. São os primeiros casos detetados em Portugal da mutação conhecida apenas na Península Ibérica.

José Lopes Bernardino, presidente da Federação Alentejana de Caçadores, em declarações a esta estação emissora, diz que “o exercício venatório ao longo de 2018 não parece ter sofrido qualquer tipo de repercussão daquilo que se adivinha”.

Sendo ainda reduzido o número de casos conhecidos no Alentejo, “o que esperamos é que o número aumente”.

Apesar de ser ainda reduzido o número de lebres com este vírus, o número do efetivo tem vindo a diminuir, não sendo conhecidas “em rigor as causas”, aponta, descartando a caça como uma, e propondo situações como outras parasitoses (Doença Viral Hemorrágica, por exemplo).

Questionado sobre a possível existência de casos ainda não detetados, o dirigente descrê, uma vez que o vírus provoca sintomas visíveis no animal, como cegueira e consequente desorientação, evidenciando a sua presença. Quando saudável, o animal não é facilmente detetado.

A mutação do vírus existente na Europa, terá surgido na Andaluzia e “rapidamente começou a disseminar-se” até chegar a Portugal.

A causa principal da propagação do vírus, aponta, é a globalização, “esse é um dos grandes problemas”.

“A mobilidade de produtos, pessoas e bens entre zonas muito diversas no globo, é enorme”, tendo-se vindo a aperceber da existência de problemas nas espécies a “que não se sabe responder”.

“É uma área que está a precisar de uma investigação profunda que não tem tido”

Em contrapartida, a investigação no país é inferior à anteriormente desenvolvida, “sabe-se muito menos sobre as coisas”, defende, sendo que em paralelo com a globalização, torna difícil conhecer a origem das patologias.

Ao longo dos cerca de 60 anos de existência do vírus “nunca houve qualquer tipo de risco em relação às pessoas”, afirma, quando inquirido sobre eventual perigo para a saúde pública.

“Não penso que haja qualquer problema para a saúde pública”

Mais aponta que “o que está aqui presente é uma mutação” do vírus, ao qual a lebre não era originalmente sensível.

“Também não deixa de ser curioso […] como é que depois de tantos anos presente a nível mundial nos mais diversos territórios, de repente aparece aqui uma mutação, é estranho”, conclui.

A DGAV recomenda o reforço das medidas de vigilância, nomeadamente a prospecção de cadáveres e de lebres doentes no campo, e alerta para a importância de não serem introduzidos no território nacional leporídeos provenientes de outros Estados-membros sem a respectiva certificação sanitária.

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