“…das 34 unidades, em exploração ou abandonadas, a precisarem de intervenção imediata (“nível de prioridade elevado”), 21 estão na planície alentejana (contra seis no Norte, quatro no Centro, duas em Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve). Nada é fruto do acaso, claro. Das 308 pedreiras das classes 1 e 2 existentes no Alentejo — as duas de Borba envolvidas na derrocada são de classe 2, pois tendo menos de 25 hectares possuem, entre outras características, profundidades superiores a 10 metros —, só 9%, ou seja, uma em cada dez, estão devidamente licenciadas. Uma em cada quatro (26%) estão em fase de licenciamento; e praticamente dois terços (64%), embora licenciadas, “não cumprem as atuais obrigações administrativas de licenciamento”.
Noutro parâmetro, também o Alentejo está no fundo do poço. Nas mais de três centenas de pedreiras da região, em cerca de metade (48%) a atividade está “suspensa sem autorização ou abandonada”. E olhando para a suspensão ou abandono somente nas 191 pedreiras em estado crítico, dos 28 casos em todo o país 17 encontram-se no Alentejo. Uma derrocada como a de Borba pode ocorrer em qualquer lado, mas as probabilidades são sempre maiores numa região com os indicadores do Alentejo”.
Fonte: jornal Expresso