A Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, esteve esta quarta-feira (6 de março), em Alandroal para a apresentação do Projeto Piloto de Voto Eletrónico Presencial aos autarcas do concelho, em particular, aos presidentes das Juntas de Freguesia, numa sessão que contou com a presença do Secretário-Geral Adjunto da Administração Interna (Administração Eleitoral), Joaquim Morgado.
A Secretária de Estado disse aos microfones da Campanário que “os senhores presidentes de junta e presidentes de camara, devem mobilizar a população para este desafio, que vai marcar em matéria eleitoral o destino do país”.
Relativamente ao projeto em si, Isabel Oneto considera que “se correr bem, temos aqui um projeto que se mostrou robusto, sólido e fiável”
“Queremos que tudo corra bem e que exista mobilização suficiente para que o voto eletrónico seja uma realidade”
Isabel Oneto
A secretária de estado refere que a escolha de Évora para este projeto piloto prende-se com o facto de “pese embora Évora ser um distrito do interior, é um distrito com representação média em termos eleitorais, tendo 14 concelhos, adequa-se na perfeição ao mandato deste projeto piloto que exigia pelo menos 10 concelhos”.
Isabel Oneto explica aos microfones desta emissora que “no fundo é a substituição do voto em papel por um toque no ecrã, mantêm-se a total confidencialidade, o sistema onde vai ser registado o voto é um sistema que não está ligado ao mundo”.
Numa altura em que os ataques informáticos estão na ordem do dia, a RC procurou saber mais sobre a segurança dos sistemas, ao que nos foi dito que “vamos ter dois sistemas completamente diferenciados e isolados, um com os cadernos eleitorais desmaterializados, e outro que estará nas mesas. Não existe qualquer tipo de possibilidade de cruzar os dois sistemas, e assim identificar os votos”.
Isabel Oneto referiu ainda a esta emissora que “a contabilização de resultados é em tudo semelhante ao que se faz atualmente”, com a vantagem de ser informática e consequentemente mais rápida. Isabel Oneto explica ainda que “o presidente da mesa tem um cartão que irá fazer o encerramento da urna informática, e sai o registo dos votos, sendo depois comunicado como no sistema tradicional”
A secretária de estado deixa ainda “garantias de confidencialidade do sistema”, quando questionada pela RC sobre a possibilidade de existirem erros humanos, Isabel Oneto refere que “estou confiante na conceção do sistema em que vai tudo correr bem, mas por isso é que fazemos um projeto piloto”. “Vamos dar formação a todos os membros das mesas”, Isabel Oneto considera que “os delegados dos partidos devem estar presentes na formação, pois quem fiscaliza deve saber o que está a fiscalizar, e para isso tem de conhecer como é que se faz”.
Em declarações a esta estação emissora, João Grilo, presidente da Câmara Municipal de Alandroal aponta que a sessão visa “desencadear o processo no terreno”.
Posteriormente, a autarquia e as Juntas de Freguesia tomarão as medidas “para que seja implementado”.
O autarca afirma que o Voto Eletrónico Presencial facilita o processo, anulando “desculpas” para não votar, como o “não estar no seu local de residência”.
Projeto Piloto de Voto Eletrónico Presencial “vem modernizar um processo que tem evoluído muito pouco nas últimas décadas”
João Grilo
Questionado sobre o acolhimento do projeto por uma população envelhecida num território disperso, o autarca considera “que vai ser recebido de forma positiva”.
“Como em todos os outros aspetos ligados às novas tecnologias, a população mais idosa poderá ter alguma dificuldade acrescida”, mas os agentes no terreno trabalharão no sentido de explicar o método de voto, apontando ainda que, sendo experimental, será instalado “só em duas mesas de voto do Alandroal”, mantendo-se o antigo nas restantes mesas do concelho.
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