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“A nomeação de familiares é grave se retirar alguém mais competente do cargo” (c/som)

O eurodeputado Carlos Zorrinho, eleito pelo PS, no seu comentário desta terça-feira, dia 26 de março, abordou a revisão de 100 mil pensões na função pública, toda a polémica sobre as nomeações de familiares para o Governo e a ainda a ‘Lei-relâmpago’ do BREXIT.

Sobre o anúncio da revisão de 100 mil pensões na função pública, Carlos Zorrinho diz aos nossos microfones que “temos de distinguir a dimensão política da dimensão administrativa, a lei tem de ser aplicada, se existe a deteção de uma questão legal, tem de ser corrigida”, o eurodeputado alerta no entanto para o facto de “que será em prejuízo de outras prioridades, mas quem tem direitos tem de os ter”.

O eurodeputado considera que “esta questão terá peso em orçamentos futuros e terá que ser gerida”, estando convicto de que “temos um excelente ministro das finanças e um bom primeiro ministro” que na sua opinião “certamente conseguirão gerir tudo isso”.

A Campanário indagou Carlos Zorrinho sobre este handicap de reposição de direitos nesta reta final do mandato, para o eurodeputado “o problema tem sido a reposição, o desejo do PS era obviamente repor tudo a toda a gente, só é possível fazer isso mantendo o equilíbrio orçamental. Equilíbrio esse que nos permite ir aos mercados e obter as taxas mais baixas de sempre”, Carlos Zorrinho relembra que “se decidíssemos repor tudo a todos de um momento para o outro não iriamos ter financiamento para tal”.

Sobre o polémico tema das nomeações de familiares no Governo, Carlos Zorrinho explica aos nossos microfones que “primeiro tem de ficar claro que existe um aproveitamento desse assunto”, no entanto “significa que a oposição não tem nada mais importante para ‘atacar’, o que não deixa de ser um bom sinal para o país”. Sobre o tema em si, o eurodeputado considera que “o amiguismo e o nepotismo são de facto questões terríveis e devem ser combatidos”. Para Carlos Zorrinho o problema do “amiguismo e o nepotismo não é nomear alguém que possa ter laços familiares, é quando essa nomeação retira a possibilidade de alguém mais competente poder ser nomeado”, o eurodeputado reconhece que “possam existir alguns casos que merecem condenação, mas cada caso é um caso”.

Para finalizar a sua rúbrica semanal aos microfones da RC, Carlos Zorrinho abordou a chamada Lei-relâmpago do BREXIT que o governo português pretende aprovar em 4 dias, dizendo que “sobre o BREXIT nada pode ser planeado neste momento, a não ser neste tipo de perspetiva que o Governo está a fazer, que é um plano de contingência que possa ser posto em prática de forma muito rápida”.

Quando questionado pela Campanário se a salvaguarda dos interesses de 400000 portugueses que trabalham e vivem no Reino, bem como das empresas portuguesas que trabalham com o mercado britânico foi assegurada, o eurodeputado explica que “do ponto de vista do BREXIT com acordo todos esses interesses estão salvaguardados, no BREXIT sem acordo não sei se os interesses de qualquer europeu estão salvaguardados, no entanto certamente o Governo Português estará na linha da frente por forma a salvaguardar o interesse dos nossos cidadãos”.

Carlos Zorrinho deixa uma consideração final, dizendo que “uma saída com acordo não é boa, mas é controlada, uma saída sem acordo terá sempre impactos negativos que o governo tentará minorar e mitigar”.    

            

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