A Escola Superior Agrária de Elvas é uma das que mais sucesso apresenta a nível nacional, em termos de ocupação de vagas, de investimento e desenvolvimento dos seus cursos e de saídas profissionais e empregabilidade.
Foi neste sentido que a Rádio Campanário procurou saber junto do seu diretor, José Nunes qual o ponto de situação da Escola Superior Agrária de Elvas.
Para o diretor “a vida da escola está bem”, apontando que “temos vindo sempre a aumentar o número de alunos, o que tendo em conta o panorama nacional não tem sido fácil”.
José Nunes conta-nos que para além do “investimento já realizado em termos de projetos, laboratórios” a Escola Agrária tem “contado com um apoio muito grande da Câmara Municipal de Elvas” especialmente no “curso de equinicultura” sendo único no país.
“a Escola Superior Agrária de Elvas está bem e recomenda-se, pretendemos continuar a ser diferenciadores em termos de qualidade”
José Nunes
A Campanário procurou saber o número de alunos atual e o que motivou o aumento já referido pelo diretor. A Escola Superior Agrária de Elvas tem “cerca de 450 alunos”, o que se traduz num aumento “nos últimos seis anos de cerca de 260 para 450”. José Nunes aponta a “abertura dos CTESP, que aumentaram as formações disponíveis”.
Para o diretor, a aposta em “públicos alternativos, maiores de 23, alunos do ensino profissional” também tem dado o seu contributo para o aumento do número de alunos, bem como a aposta da Escola Superior Agrária em “ser apelativa para públicos que nem viriam estudar para o ensino superior”.
O diretor descarta, no entanto, que “a agricultura tenha sido uma área privilegiada”, referindo que “todos os politécnicos, especialmente os do interior, tem dificuldade na angariação de alunos”, justificando com o facto de “em todo o distrito de Portalegre existem menos alunos de 12º ano que em qualquer escola secundária de médio tamanho.
“Em concurso nacional de acesso os resultados não são bons, no entanto nós trabalhamos para os públicos locais”
José Nunes
Na opinião de José Nunes, a inexistência de politécnicos “não permitiria aos públicos locais terem acesso ao ensino superior”, o diretor refere ainda que “o curso de equinicultura apresenta uma enorme procura por parte de alunos estrangeiros”, dado que “é um curso que não existe lá fora”.
A Campanário questionou o diretor da Escola Superior Agrária de Elvas sobre uma possível relação do desenvolvimento de Alqueva com o crescimento do número de alunos, ao que nos foi dito “sem dúvida, quer da escola de Elvas quer de outras escolas agrárias”.
“a imagem do agricultor com a enxada na mão está ultrapassada, e os alunos sabem disso”
José Nunes
José Nunes refere que a agricultura de hoje exige “formação de alto nível” exemplificando “antigamente tínhamos um trator que era um motor e um volante que custava 10 mil euros, hoje temos uma máquina que está ligada a um satélite que faz o controle de condução, que monitoriza todo o processo e custará 60 mil euros, falamos de máquinas altamente tecnológicas”. O diretor refere também que as “sementes hoje são híbridas de elevada produção, os fertilizantes são mais de 100 com diferentes características” e tudo isto exige “formação técnica superior”.
“uma pessoa sem formação hoje, não diria que está condenada ao fracasso, mas dificilmente terá sucesso”
José Nunes
Relativamente a ofertas de emprego no setor, José Nunes considera que “Alqueva e outros perímetros de rega permitem aumentar as produções”, acrescentando que “o setor agrícola tem mostrado uma grande dinâmica a nível nacional, os alunos sabem disso e existem ofertas de emprego na área”, o que também contribuí para a procura dos cursos.
A RC questionou o diretor sobre a taxa de empregabilidade da Escola Superior Agrária de Elvas, e foi-nos dito que “temos uma taxa superior a 90%”, acrescentando que “os nossos alunos ao final de um ano de terem concluído o seu curso estão empregados e a trabalhar na área que estudaram, não é no MacDonald’s ou na Pizza Hut”.
O diretor considera que “cada vez mais este setor torna-se apelativo para os alunos” e tenho a perceção que a agricultura em Portugal está assegurada”, referindo que “todos estes técnicos garantem o futuro da agricultura em Portugal”.