O Conselho Regional da CCDR do Alentejo reuniu esta terça-feira, 9 de julho, numa sessão onde se debateu, entre outros pontos, a situação do Programa Operacional Regional Alentejo 2020, bem como delinear a estratégia inicial para o quadro comunitário Portugal 2030.
Presente na reunião o autarca de Redondo, António Recto explica que “já estão traçadas algumas linhas de orientação” para o próximo quadro comunitário, e reforça que agora é tempo dos decisores locais e regionais “darem corda aos sapatos para que no fim tenhamos um produto para reivindicar por este Alentejo que tanto necessita”.
É tempo dos decisores “darem corda aos sapatos para que no fim tenhamos um produto para reivindicar por este Alentejo”
António Recto
Questionado por esta estação emissora sobre os grandes desafios que o Alentejo atravessa, e atravessará num futuro próximo, o autarca não esconde que as questões demográficas se apresentam como “um dos maiores problemas que o Alentejo tem”, e assume que “é uma das grandes prioridades e tem que haver politicas para inverter a tendência”.
Na reunião onde foram traçadas as primeiras linhas orientadoras do quadro comunitário 2030 ainda “não há conclusões, há estudos”, e é em torno deles que autarcas e entidades devem “contribuir e colaborar para que consigamos inverter a situação. Já as conclusões “vêm a seguir”, acrescentou António Recto.
Questionado sobre a mesma problemática mas no panorama local, garante que “há um conjunto de medidas que as Câmaras já tomaram e Redondo não é exceção”, aliás, “até tomou medidas além daquilo que estava previsto a nível local”, acrescentou o autarca.
Mas para o presidente do município medidas como reduções no IRS, isenção de taxas, apoios á natalidade, livros gratuitos, construção de centros escolares e acesso a cultura e desporto gratuitamente “não chegam”, pois considera que aquilo que o Alentejo precisa “são políticas nacionais”.
Alentejo precisa que sejam “criadas políticas nacionais, porque as regionais e locais já estão feitas”
António Recto
“Não podemos andar a reivindicar industria e investimento nesta região se nós não temos capital urbano”, atira António Recto, que prontamente exemplifica com uma multinacional sediada em Évora que recruta trabalhadores em Braga.
Mais, António Recto diz ainda que “os jovens hoje não se deslocam e não permanecem nos terrenos sem que tenham uma perspetiva de futuro”, e é nessa perspetiva que devem “ser criadas políticas nacionais, porque as regionais e locais já estão feitas”.