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“Não posso obrigar ninguém a fazer aquilo que não quer, a comunidade cigana é que tem de perceber que o deve fazer para se integrar na sociedade”, diz Pres. de Borba na assinatura do CLS (c/som)

Decorreu esta terça feira, 7 de janeiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Borba, a assinatura do Contrato Local de Segurança, entre o Ministério da Administração Interna e o Município de Borba.

A cerimónia contou com a presença do Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita e da Secretária de Estado para a Integração e Migrações, Cláudia Pereira.

Lembramos que este contrato surge após os incidentes do mês de novembro de 2019, onde alegadamente um grupo de indivíduos de etnia cigana invadiu o quartel dos Bombeiros Voluntários de Borba, tendo chegado a agredir alguns dos elementos que se encontravam de serviço.

No final da assinatura do Contrato Local de Segurança, a Rádio Campanário falou com António Anselmo, presidente da Câmara Municipal de Borba, que começa por destacar que “em 2 meses existiu atitude do Governo”.

O autarca considera que “o importante é que o Governo em conjunto com as autarquias locais, Segurança Social, IEFP, e toda as forças de interveniência pública tenta resolver um problema que é sério”.

António Anselmo cita o cantor Sérgio Godinho “Paz, Pão, Habitação e Educação são as coias básicas da vida”, acrescentando que “se todos estes pontos não forem assegurados de forma equilibrada, para toda a gente, naturalmente que se criam estas cissões e estes problemas”.

“Borba é uma terra pequena onde toda a gente se conhece, e qualquer coisa que aconteça, por mais pequena seja tem um impacto muito grande”
António Anselmo

O edil explica que “somos uma sociedade de direito, e assim sendo têm de existir direitos e deveres para toda a gente”, referindo que “estou contente com esta assinatura, agora quero ver se conseguimos concluir de uma forma progressiva”.

Para António Anselmo “existem duas componentes muito importantes na sociedade, que são praticamente intocáveis, falo dos velhos e das crianças”, acrescentando que “ninguém esta acima da lei”.

Quando questionado pela RC sobre a existência de conversações entre a autarquia e a comunidade cigana, após os incidentes de novembro passado, o autarca adianta que “claro que falei com eles, recebo-os aqui na Câmara cada vez que é necessário”.

O autarca lembra ainda que “na altura dos incidentes falava-se em manifestações, elas realizaram-se, tiveram o peso que tiveram, mas sinceramente não pode existir é demagogia e aproveitamento das coisas”.

“Felizmente as pessoas tiveram bom senso, evidentemente que ninguém ficou contente com aquilo que se passou”
António Anselmo

António Anselmo refere que “eu próprio faço parte da direção dos bombeiros e sei o que custa essa função, por isso antes que toquem nos bombeiros que me toquem a mim” (…) “acredito na justiça e a as autoridades atuaram, identificando os envolvidos e agora a justiça irá funcionar”.

“Em termos de justiça todos temos os mesmo direitos e os mesmo deveres”
António Anselmo

A Campanário confrontou António Anselmo com as reivindicações da comunidade cigana, sobre a falta de emprego, ao que o presidente refere “a Câmara Municipal através do Rendimento Social de Inserção (RSI) já colocou uma série de pessoas dessa etnia a trabalhar”, acrescentando “por acaso de momento não temos nenhum, mas ao longo do mandato já coloquei vários, agora a maior parte está ocupada ou em formação”.

O edil é taxativo e afirma “eu não posso obrigar ninguém a fazer aquilo que não quer fazer, eles é que têm de perceber que o devem fazer para se integrar na sociedade”.

“É fácil controlar pela violência, mas o que nós queremos é respeito e equilíbrio”
António Anselmo

António Anselmo exemplifica a sua opinião dizendo “as crianças ciganas estão integradas nas escolas, elas têm de perceber que os hábitos são os da escola comum e não os da escola deles, em casa podem ter a cultura deles”.

O presidente considera que “este contrato aqui assinado é pelo respeito por todos, não tem nada que ver com medos”.

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