A Universidade de Évora (UÉ) é uma das instituições de Ensino Superior que, desde 2013, colabora com a Plataforma Global para Estudantes Sírios, com a finalidade de chamar a atenção para a dura e premente realidade de jovens cujos percursos académicos são afetados direta ou indiretamente por situações de guerra e conflito que os obrigam a uma deslocação forçada dos seus países de origem.
No âmbito deste projeto, realizou-se na segunda-feira, dia 20 de janeiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o International Workshop “Setting up a Rapid Response Mechanism for Higher Education in Emergencies to deliver more, better and faster”, no qual a UÉ esteve presente e onde se discutiram velhos e novos desafios nesta matéria.
O lançamento de um fundo à escala global (Yes! Fund) faz parte do objetivo maior de aumentar de 3% para 15% em 2030 o número de jovens refugiados a frequentar o ensino superior. Esta meta, definida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no final de 2019, lembra que a fuga e deslocação forçada de populações, seja por conflitos, seja por catástrofes naturais, está a colocar milhares de jovens em situação de vulnerabilidade e a comprometer seriamente as suas aspirações no domínio da educação. Estima-se que a percentagem de jovens que em todo o mundo têm acesso ao ensino superior seja hoje na ordem dos 37%, motivo pelo qual se torna essencial apoiar o objetivo estipulado para 2030.
Sendo a UÉ uma das instituições de Ensino Superior envolvidas neste projeto, já integrou nos seus cursos alunos de vários ciclos de estudo, contando inclusive com alunos sírios já diplomados na galeria de estudantes alumni.
O apoio à educação e ao ensino superior de emergência deve ser visto não como um custo, mas como um investimento e prioridade estratégica. O agravamento da situação no Médio Oriente e no Norte de África, e mais recentemente também na América Latina, tem como consequência o aumento do número de refugiados à escala global. Quantas mais crianças e jovens ficarem por mais tempo nos campos de guerra ou de refugiados, mais ficam impedidas de frequentar a escola e mais nos afastamos do cumprimento dos objetivos do milénio: aumentará a pobreza e a desigualdade; as raparigas podem ser mais facilmente recrutadas para casamentos precoces ou forçados; e os rapazes obrigados a integrar grupos extremistas. Em contrapartida, se apoiarmos a formação superior destes jovens estamos a dar-lhes ferramentas para que possam contribuir de uma forma mais ativa para o desenvolvimento e reconstrução futura dos seus países. Ao abrigo da sua missão, a UÉ reitera o seu compromisso para, também neste domínio, fazer mais, melhor e mais depressa.
As atividades desenvolvidas pela Plataforma dirigida por Jorge Sampaio, ex-Presidente da República Portuguesa, incluem um programa de bolsas de estudo de emergência, mas também uma diversificada e ativa intervenção no plano internacional, desenvolvida com o objetivo de captar mais atenção e recursos para esta dimensão relativamente negligenciada da educação superior em situações de emergência.
O Mecanismo de Resposta Rápida para o Ensino Superior (RRM), agrega um leque diversificado de parceiros que inclui o governo, empresas, fundações, associações filantrópicas várias e instituições de ensino superior, e visa garantir o acesso ao ensino superior em situações de emergência.