O turismo em Portugal prepara-se para ir gradualmente abrindo a partir de maio, “com muita calma e segurança”, anunciou Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) na conferência online lançada esta quarta-feira pelo “Jornal de Negócios” sobre o tema “Liderança à Prova” e destinada a perceber como organizações dos diferentes sectores estão a responder à pandemia.
O presidente anunciou a retoma gradual do turismo a partir de maio, depois de as principais confederações a nível nacional se terem reunido com o Primeiro-Ministro, António Costa, o Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e a Ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, sobre a forma como se poderá processar a retoma das atividades turísticas.
“Há que ser muito criativo neste regresso, provavelmente com as empresas a intercalar horários dos trabalhadores, e, no caso da hotelaria, não haver as capacidades máximas que eram normalmente utilizadas, mas é muito importante começarmos já a trabalhar nas formas como podemos ir devagarinho reabrindo a partir de maio, para a economia começar a fluir”, frisou o presidente da CTP.
Referindo que este regresso deverá ser feito com o pessoal do turismo “de máscara e luvas” e dentro de um ambiente de “higienização generalizado em todos os restaurantes, hotéis, e desde que os turistas entram nos aeroportos”, Francisco Calheiros sublinha que “no turismo já passámos muitas crises, e uma lição que aprendemos é que todas as crises passam, e esta também vai passar, poderá é ser mais demorada”.
Refere que “se calhar em junho vai ser um bocadinho melhor, mas esta é uma crise como nunca vimos, e vai demorar a recuperar na totalidade”, tendo como prioridade “acautelar que não haja uma segunda pandemia”.
Quanto às perspetivas para o verão, o presidente da CTP afirma que “na sua maioria, o verão está perdido” por comparação ao que seriam os resultados habituais, explicando que a primeira fase da retoma estará no turismo interno.
“Em agosto e setembro, se abrirem as fronteiras, e com muitos cuidados, podemos pensar na vinda de espanhóis”, refere o presidente da Confederação do Turismo, frisando que “a seguir a uma crise destas, algumas empresas vão ficar pelo caminho, e claramente não vamos ter o mesmo verão que tivemos no ano passado”.
Destaca ainda que Portugal, que já beneficiava da imagem de destino seguro, também deve promover-se como “um destino muito responsável do ponto de vista da higienização, e dar esta mensagem importante aos turistas: venham a Portugal, porque saberemos como atuar se houver um novo surto desta pandemia”.