Resultado de uma parceria do CEiiA com a Desaer, nasce uma nova fábrica de aeronáutica no Alentejo.
Segundo o Diário de Notícias, o avião ATL-100, aeronave de transporte, para uso civil, de transporte de passageiros, de carga, de serviços postais, de suporte ao agronegócio e de uso militar, vai permitir criar uma nova unidade de aeronáutica em Portugal com um investimento inicial de 20 milhões de euros, diz o diretor do CEiiA, para a Aeronáutica e Defesa, Miguel Braga. Há clientes interessados em todo o mundo e as características do avião podem ser ainda mais atrativas com a pandemia.
O CEiiA, centro de engenharia e desenvolvimento de produto com uma já longa experiência na aeronáutica, fechou contrato na semana passada com a Desaer, empresa brasileira de indústria aeronáutica. O CEiiA será corresponsável pelo desenvolvimento do ATL-100, fabricado, montado e comercializado por ambas as empresas.
Por parte do CEiiA será alocada uma equipa de 60 engenheiro, que podem ir aumentando conforme as diferentes fases do desenvolvimento. Pela Desaer o número de engenheiros será, pelo menos, duas vezes superior.
A equipa do CEiiA irá estar fixada no Parque de Ciência e Tecnologia de Évora.
“O investimento do CEIIA, exclusivamente na fase de desenvolvimento da aeronave, é da ordem dos 20 milhões de euros para os próximos três anos. Mais à frente evoluirá. A estimativa de criação de novos postos de trabalho é uma grande satisfação. Contamos ter uma equipa de 65 engenheiros envolvidos em diferentes projetos de engenharia aeronáutica com diferentes clientes e parceiros, designadamente a Embraer, a Leonardo Helicopters, a Coptar, a Desaer, entre outros, que estimamos que obrigue a uma alocação plena e permanente da capacidade de engenharia. É emprego altamente qualificado. (…) O objetivo é igualmente montar a aeronave em Portugal, o que terá um efeito muito grande do ponto de vista do emprego indireto pela estabilização na região do Alentejo, em Évora, em Beja, em Ponte de Sôr, cidades que estão seguramente preparadas, em termos de infraestruturas para receber um projeto desta natureza. O Alentejo poderá muito rapidamente aumentar significativamente aquilo que já hoje é o emprego muito qualificado criado à boleia de um cluster aeronáutico bastante potente”, explica Miguel Braga ao DN.
Esta aeronave, devido às suas características, pode levantar e aterrar em pistas de dimensão muito reduzida e não exige grande preparação dessas pistas, que podem ser em terra batida, para a aeronave poder aterrar e levantar.