Em causa estão seis hotéis no Algarve e um no Alentejo, que vão reabrir entre domingo e 27 de junho, em função da ocupação e reservas previstas, permitindo que os trabalhadores se familiarizem com as “garantias sanitárias exigidas e recomendadas pelas autoridades internacionais e nacionais” para a reabertura da hotelaria, disse à Lusa o diretor executivo do grupo.
As unidades encerraram após a declaração de estado de emergência pelo Governo português, e a reabertura começou a ser preparada de acordo com as novas regras sanitárias e de distanciamento social “desde que se percebeu que esse período estava a chegar ao fim e iria haver um desconfinamento progressivo”, explicou Mário Ferreira.
Segundo o responsável, os hotéis “não têm para o mês de junho praticamente reservas dos mercados internacionais”. No entanto, tem “uma grande penetração no mercado nacional”, o que lhe permitiu ter, antes da pandemia, “números superiores a 50%, de ocupação da parte de portugueses no verão”.
“Temos vindo a fazer um trabalho de contacto com os nossos clientes com reservas para o mês de junho para percebermos se efetivamente podemos contar com eles e tomarmos decisões no que diz respeito às unidades que iríamos abrir em função exatamente dessas taxas de ocupação”, referiu o diretor do grupo, que conta com cerca de 570 colaboradores.
O grupo tem “um plano de operação que garante a segurança sanitária, quer para trabalhadores quer para clientes” e tem a preocupação de “não transformar os hotéis em clínicas ou hospitais”, mas implementar uma “resposta efetiva a tudo o que são práticas recomendadas ou impostas pelas instituições nacionais e internacionais” para evitar a propagação do vírus.
A reabertura vai ser feita com taxas de ocupação mais reduzidas do que o habitual e isso permitirá que os trabalhadores se familiarizem com os novos padrões de higiene e segurança, justificou.
“Iremos ter em junho uma quebra face ao mesmo mês do ano passado de mais de 80%. Acreditamos que temos que pôr a economia a funcionar, pôr os hotéis a trabalhar e retirar os nossos trabalhadores do ‘lay-off’, mas, sobretudo, temos que treinar estes novos princípios operacionais com que os hotéis vão funcionar”, argumentou.
Mário Ferreira considerou, por isso, que é “melhor começar com pouca ocupação para treinar, afinar e ajustar práticas, procedimentos, protocolos e comportamentos” e ter “toda a gente treinada e acostumada a funcionar com esta nova realidade” quando as ocupações forem “mais consistentes”.
“A taxa de ocupação média em junho será baixa, não vai chegar sequer aos 20%”, estimou, considerando que, embora “em julho e agosto já se possa contar com mercados internacionais, como o britânico”, as “taxas muito elevadas não são compatíveis com esses protocolos” de higiene e segurança.
Os hotéis vão reabrir sem ultrapassar os dois terços ou os três quartos de ocupação total e têm todos a distinção “Clean & Safe” do Turismo de Portugal, que certifica a implementação dos protocolos de segurança estabelecidos pelas autoridades de saúde para permitir a reabertura da hotelaria.
Os hotéis do grupo que vão começar a reabrir a partir de domingo são o São Rafael Atlântico, o Salgados Dunas Suites, o Salgados Palace, o Salgados Palm Village, o Salgados Vila das Lagoas, e o Salema Beach Village, no Algarve, e o Lago Montargil & Vilas, no Alentejo.