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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Tem havido problemas de escoamento de produtos com o encerramento das fronteiras, mas no que diz respeito ao consumo interno há estabilidade na produção agrícola”, disse José Pedro Salema (c/som)

José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, falou em entrevista à Rádio Campanário sobre a Campanha de Rega lançada pela EDIA em abril e como o setor agrícola no Alqueva foi afetado devido à COVID-19.

Questionado acerca da capacidade da Barragem do Alqueva para abastecer todos os regantes, o dirigente afirmou que “temos água suficiente na Barragem do Alqueva” e que está a funcionar “tal e qual como foi projetada para trabalhar”.

“Os últimos anos têm sido de fracas afluências, com alguns meses excecionais, mas ainda assim a Barragem tem atualmente cerca 2,7 mil milhões metros cúbicos de água, dos quais 1,7 mil milhões úteis, com tranquilidade para assegurar o abastecimento para este ano e para o próximo e ainda garantir as obrigações ambientais sem qualquer problema”, frisou José Pedro Salema.

Quanto ao número de clientes que são abastecidos pelas águas do Alqueva, o presidente da EDIA referiu que “tem alguma tendência de subida, mas com relativa estabilização, porque já estamos muito perto do máximo possível. Ainda há alguma margem de progressão, mas já estamos a aproximar claramente do pleno uso”, pelo que é normal que “a partir dos próximos anos haja alguma estabilidade no número de clientes e no número de hectares que são regados pelos Alqueva, que é o indicador mais importante para nós”.

José Pedro Salema disse que apenas haverá uma maior subida “com a conclusão de novas áreas e aí irá haver uma nova subida e da área regada”.

O presidente da EDIA foi ainda questionado pela nossa emissora se o preço da água tinha sofrido alterações, devido à situação pandémica que o país atravessa, ao que José Pedro Salema esclareceu que “

O dirigente falou ainda sobre a impacto da pandemia no setor agrícola “que tem ainda alguns efeitos mais a nível de logística”.

“Podem faltar alguns fatores de produção, porque as fronteiras não estão ainda com a fluidez a que estávamos habituados e podem haver problemas de escoamento de produtos, pois há muitos produtos ligados ao canal Horeca, que está praticamente parado, e perdem com isso um canal muito importante para esse escoamento. Quem está mais virado para a exportação perde com este bloqueio económico e com o encerramento das fronteiras. Mas no que diz respeito ao consumo interno, há alguma estabilidade na produção agrícola”, disse José Pedro Salema.

O presidente da EDIA referiu ainda que pode haver “eventualmente alguma falta de mão-de-obra, também ligada à falta de mobilidade, porque existem colheiras que estão dependentes de alguma mão-de-obra estrangeira”. Ainda assim, mostra-se com esperança de que “os problemas se vão resolver”.

“Temos as campanhas das colheitas mais para a frente e vamos estar numa situação de maior abertura e a fronteira luso-espanhola reabre a 1 de julho e estamos a receber bons sinais que nos dão alguma confiança para o futuro”, enaltece José Pedro Salema.

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