A produção de azeite regista este ano uma quebra de 65%, na localidade de Borba, provada pelo tempo atípico que se registou antes e durante a campanha 2014/2015.
Paulo Velhinho, diretor executivo da Cooperativa de Olivicultores de Borba, classificou de “desastrosa” a campanha de azeitona salientando que a origem deste problema reside “nas condições climatéricas que não foram as melhores, também a praga da mosca e a gafa que atingiu não só Portugal como Espanha e Itália influenciaram a campanha deste ano”.
O diretor da Cooperativa de Olivicultores de Borba considera que o principal lesado é o “consumidor final que vê os preços do azeite subirem, o agricultor e a cooperativa que fica sem matéria-prima”.
A campanha 2014/2015 para a cooperativa de Borba rendeu 40% de azeite em grande qualidade, pois foi utilizado pela primeira vez um sistema de avaliação que permitiu à cooperativa analisar metodicamente hora a hora a qualidade do azeite produzido conseguindo desta forma melhorar o lote de azeite. Paulo Velhinho disse à Rádio Campanário que o custo deste novo equipamento rondou os 300 mil euros.
Segundo o INE – Instituto Nacional de Estatística – a produção de azeitona para azeite estima-se uma redução de 20% para a atual campanha oleícola, caracterizada por diversos problemas fitossanitários que afetaram particularmente os olivais tradicionais. Prevê-se que a qualidade do azeite produzido seja inferior ao normal.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em termos globais estima-se um decréscimo de 20% na produção de azeitona para azeite, face à campanha anterior, fixando-se nas 507 mil toneladas (+5% que a média quinquenal). A quebra de produção nos olivais intensivos (instalados maioritariamente com as variedades Cobrançosa, Picual e Arbequina e sujeitos a práticas culturais e cuidados fitossanitários adequados) foi substancialmente menor do que a verificada nos olivais tradicionais.
A funda (rendimento das azeitonas em azeite) e a qualidade do azeite produzido foram afetadas pelo deficiente estado sanitário de uma parte considerável da matéria-prima rececionada pelos lagares, estando a proporção de azeite virgem extra obtido abaixo do normal.