Decorreu esta sexta feira, 22 de novembro, na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz o seminário “Ciganos e Literacia Digital: o caso de Reguengos de Monsaraz”.
Organizado em parceria pelo Centro Local de Aprendizagem (CLA) de Reguengos de Monsaraz e município local, o seminário tem por base uma investigação do estudante Carlos Medinas no âmbito do Mestrado em Relações Interculturais da Universidade Aberta, sobre as pessoas ciganas em Reguengos de Monsaraz e a sua literacia digital, no contexto das suas vivências.
A Rádio Campanário marcou presença e falou com José Calixto, autarca de Reguengos de Monsaraz, que começa por referir que “é um trabalho inovador que incide sobre uma área especifica da literacia digital, e que na prática tem tudo a ver com a inserção da comunidade cigana”
José Calixto considera que os vetores abordados no seminário “acabam por ser a educação, o emprego e a habitação”, acrescentando que “temos de abordar estes temas, cara a cara, com a comunidade”.
Questionado pela RC sobre eventuais problemas no concelho de reguenguense, José Calixto considera que “não é a autarquia que lhes têm de dar a casinha, a sociedade é que tem de resolver esse problema”
“Olhar para o presidente da Câmara e dizer que querem uma casinha, é algo que não é possível”
José Calixto
O autarca considera que “ao não encararmos o problema de frente motiva que os gritos xenófobos tenham o reflexo que sabemos”.
Para José Calixto “a comunidade cigana tem de perceber que o problema é da sociedade, mas também é deles”, acrescentando ainda que “tem de perceber que têm de ter níveis de integração no mercado de trabalho superiores, e que ninguém os estás a excluir”.
O autarca refere que durante uma reunião “com as 30 famílias ciganas de Reguengos de Monsaraz perguntei quantos já tinham vindo ter com um autarca pedir emprego, e ninguém levantou a mão”.
Questionado sobre a eventual construção de moradias sociais para a comunidade cigana, José Calixto é taxativo e afirma “não me peçam para pensar apenas numa parte da sociedade”, acrescentando que “não pode existir ninguém neste concelho que tenha necessidade de uma casa que diga que a autarquia não lhe dá a casinha, isso não é possível, temos de ser todos a encontrar soluções partilhadas”, deixando no ar a sugestão “as famílias interessadas podiam contribuir, ajudando na construção dessas habitações”.