O eurodeputado Carlos Zorrinho no seu comentário desta terça-feira, dia 3 de janeiro, falou sobre a construção do armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, o tráfico para escravatura que acaba quase sempre em pena suspensa e os últimos dias na CGD com a saída de Domingues marcada por tensão até ao último minuto com Centeno.
Sobre a construção do armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz, Carlos Zorrinho diz que é uma situação que vê com preocupação, referindo que a central não é do Governo Espanhol, “é um investimento privado. O governo espanhol autoriza essa construção, no fundo dá um sinal politico de que quer prosseguir a exploração da central para além do seu tempo de vida esperado, por outro lado precipita-se no sentido em que não espera pela transposição de uma nova regulamentação que foi aprovada em Bruxelas e que Espanha terá que colocar em vigor até meados deste ano, e finalmente”, pelo que diz saber, “também não ouviu o Governo português (…)”.
Relativamente ao tráfico para escravatura que acaba quase sempre em pena suspensa, o eurodeputado refere que “é um problema muito sério”, mas “os crimes vão evoluindo. Neste caso é um crime que não evoluiu, é uma agressão brutal, por vezes os quadros legais não lidam bem com os crimes de fronteira”, ou seja, “o que é que é exatamente escravatura, o que é que é abuso de trabalho, e os advogados, quer o de acusação quer o de defesa, são bem instruídos e o que pode acontecer, é uma zona cinzenta da lei, mas terá que ser corrigida”.
Carlos Zorrinho comentou ainda os últimos dias na CGD, afirmando que “há uma parte boa da história que é a Caixa continuar pública, ao contrário do que muita gente queria”. Acrescenta que conseguiu “recapitalizar-se como banco público e isso é uma boa noticia também. Na formulação da equipa dirigente, houve uma série de trapalhadas que entraram com o novo ano, mas espero que rapidamente entre em funções a nova administração liderada pelo doutor Paulo Macedo e que as coisas estabilizem”.
Convidado a fazer o balanço do ano anterior e a perspetivar 2017, expressa que o ano anterior no mundo, “foi muito preocupante, um ano em que se desfez a ordem mundial e 2017 tem esse desafio, o que é que vai acontecer, as relações entre a União Europeia e os Estados Unidos, entre a Rússia e os Estados Unidos, a China, como é que se vai resolver ou vai evoluir, o conflito Israel/Palestiniano, a questão da Síria”, um conjunto de desafios que em 2017 “se consiga de alguma maneira, ajudar a resolver”.
Carlos Zorrinho diz que para Portugal foi “um ano muito bom, invertemos o nosso caminho para a desconfiança, para a tristeza, para a austeridade, sempre acrescida pela emigração forçada, pelo aumento das dificuldades”, embora como refere, “não se resolveu nada estruturalmente porque nada se resolve num ano, mas em 2017 o que eu espero é que esse caminho se consolide e se vá pouco a pouco, passo a passo, melhorando a nossa economia, a nossa capacidade de criar emprego, a capacidade de gerar riqueza”, esperando que “a União Europeia não venha a criar dificuldades a este caminho porque é o maior risco que temos”, já que, “a União Europeia vai passar por momentos complicados (…)”.