Visando o fortalecimento da saúde financeira da empresa gestora de Alqueva, em 2018, o Estado Português irá assumir aumentos de capital e conversões de créditos, num valor que poderá ascender aos 360 milhões de euros.
Questionado sobre as frequentes injeções de capital na empresa por parte do Estado, José Carlos Salema, Presidente da EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva), afirma que a empresa tem uma “operação equilibrada”, mas sem lucros.
Dada a natureza da empresa, “é normal que tenha uma situação crónica negativa”, declara, acrescentando que a mesma foi criada pelo Estado “para gerir este empreendimento, não para gerar dividendos”. A operação da empresa é direcionada à promoção do “desenvolvimento regional”, criando “riqueza na região, com a água de Alqueva”.
Desta forma, as receitas geradas pela operação da empresa de infraestruturas, “servem para cobrir as despesas”, contudo, não são gerados lucros.
O presidente da empresa acrescenta que “a EDIA tem tido uma postura de enorme facilitismo no acesso à água”, nomeadamente facultando licenciamento para “captações diretas”, e da expansão da rede, seguindo sempre “as condições técnicas e as regulamentações ambientais”. “Nos últimos anos temos subido quase 10 mil hectares” por ano, acrescenta.
Questionado sobre algumas opiniões partilhadas pela comunicação social, no âmbito da seca atravessada pelo país, que se direcionam para a criação de mais barragens, a partir da Barragem de Alqueva, José Carlos Salema defende que “não faz sentido nenhum segmentar a gestão do empreendimento, porque há aqui economias de escala, de contexto e de experiência que se perderiam completamente” mediante essa fragmentação.