Os deputados do Partido Socialista Luís Capoulas Santos e Norberto Patinho, realizaram hoje uma visita ao concelho do Alandroal, tendo sido acompanhados pelo presidente da autarquia, João Grilo, com o objetivo de testemunharem a evolução das obras da ferrovia e do restauro e conservação da Fortaleza de Juromenha.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com Luís Capoulas Santos que, após ser questionado se, caso seja eleito, é um compromisso que tem de lutar pela estação ferroviária na zona dos mármores, começou por referir “sem dúvida. Nós não queremos que este enorme benefício para o país, que é a alta velocidade que nos vai ligar á Espanha e ao resto da europa, seja apenas um investimento que atravesse o nosso distrito.”
Segundo o deputado do PS “queremos que ele traga mais valias para o nosso distrito,” destacando que “até porque se trata de uma linha, numa primeira fase destinada a mercadorias, mas que é uma linha que inevitavelmente será uma linha de passageiros e será, num futuro não muito longínquo, a via terrestre mais rápida de ligação do país á europa.”
Luís Capoulas Santos aponta como uma primeira vantagem, “termos uma paragem no nosso distrito, e isso está adquirido.” Contudo revela que “agora queremos mais do que isso”, sublinhando que “vai ser necessário construir plataformas logísticas, que façam conciliar o transporte ferroviário com o rodoviário,” sendo que “a zona dos mármores é uma zona de localização privilegiada” assim como, “pensamos que o concelho de Vendas Novas é um outro local onde a plataforma, que faz a distribuição para o leste do país, possa ser também um outro local para esse efeito.”
“O facto de termos aqui em Évora, no futuro, uma ligação” ferroviária de alta velocidade, “isso põe-nos a 20/25 minutos do centro de Lisboa, o que significará uma revolução naquilo que conhecemos em termos de mobilidade,” destacou.
Questionado se a Linha Ferroviária é um compromisso do PS, Luís Capoulas Santos afirma que “ele já estava inscrito no programa de 2019, e obviamente, não estando ainda concluída a linha, é uma obra que está para ser concluída, mas que é um objetivo pelo qual nos bateremos intransigentemente.”
Sobre o facto deste grande investimento ter sido no interior do país e se esta é uma forma de compensar toda esta zona do território português, Capoulas Santos referiu que “a criação de uma grande infraestrutura traz sempre alguns impactos ambientais, mas é o preço que temos que pagar pelo desenvolvimento” frisando que “eles foram devidamente acautelados pelos estudos que foram feitos e nas medidas de compensação que foram consignadas.”
Luís Capoulas Santos sublinhou que “queremos que isto seja um benefício e não um custo para a região”, explicando que “sendo um benefício global para o país, queremos que ele seja também um benefício para o nosso distrito, e a melhor forma de o ser, é criar aqui uma infraestrutura que crie emprego, que ajude a fixar populações e que desta forma combata a desertificação do interior, que é um fenómeno que infelizmente é comum aos territórios dos países da UE.”
Para contrariar este fenómeno o deputado do PS referiu que “esse fenómeno combate-se criando polos de desenvolvimento descentralizados, sobretudo quando as novas tecnologias permitem hoje a criação de empregos em que a localização física é relativamente irrelevante.”
Neste caso em particular, uma das medidas para contrariar o fenómeno está já a ser tomada. “Temos aqui um bom exemplo de uma delas, que é aproveitar esta ligação rodoviária, para a partir dela criarmos infraestruturas que permitam a conglomeração de empresas, que obviamente criam emprego e fixam pessoas.”
Questionado sobre se iria ser “a ponte”, entre os empresários e os políticos na zona dos mármores mara que existisse mais unanimidade e uma maior união pela mesma causa, Luís Capoulas Santos referiu que “não só entre empresários e políticos, mas também políticos de todas as forças políticos, a exemplo do que aconteceu com o Hospital.”
Esta “é uma iniciativa pela qual o PS se debateu, uma iniciativa que o PS pôs em marcha, infelizmente foi depois suspensa e travada pelo PSD, mas foi retomada, mas à volta da qual existe hoje um absoluto consenso.”
Luís Capoulas Santos destaca que “não conheço nenhum partido que seja contra, assim como não conheço nenhum que seja contra este investimento. A diferença é em que os outros defendem-no na teoria e nós pomo-lo em execução na prática, e ficamos muito satisfeitos se os outros se nos juntarem no combate por aquilo que ainda falta fazer.”
Em conclusão o deputado do PS refere “creio que há matérias que na política, que são matérias que unem e que não dividem, esta é uma delas, portanto, podem agora juntar-se a nós a defender e a conseguir este objetivo, que é muito importante para o concelho, para a região e para o país.”