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A medida que o Ministério da Agricultura ajudou a alcançar, “teve na sua base o trabalho das associações”, diz presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Luís Bulhão Martins (c/som)

Depois do Governo português ter sido confrontado com a decisão do Governo espanhol, em janeiro deste ano, tornar inviável a exportação de suínos da raça alentejana e seus cruzamentos para aquele país nascidos a partir de 1 de Junho de 2016, a situação foi agora ultrapassada através da publicação do Real Decreto 255/2016 de 10 de junho, que restabelece a exportação de suínos Alentejanos para Espanha.

Um setor que gere um volume de negócios na ordem dos “40 milhões de euros em Portugal e que ajuda ao equilíbrio das contas portuguesas”, segundo refere à Rádio Campanário o presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Luís Bulhão Martins.   

Luís Bulhão Martins, referiu a esta Estação Emissora que “a situação está ultrapassada, embora ainda haja pequenas medidas acessórias que tenham que ser tomadas, além do reconhecimento dos porcos alentejanos como iguais ou equiparáveis aos porcos ibéricos em termos de comercialização em Espanha”, destacando que “tem que haver o reconhecimento que o montado português é equivalente ao montado espanhol, porque o montado é azinheiras ou sobreiros, produtores de bolota com porcos a pastorear e tem que haver esse reconhecimento de que o montado português é capaz de assegurar o mesmo tipo de alimentação e o mesmo tipo de produto que o montado espanhol e isso tem que ser feito com a ferramenta informática que as empresas que certificam, que validam a maneira de criar porcos alentejanos, tenham acesso, e possam garantir que os porcos são oriundos de uma zona de montado e isso tem que ser feito pelo Governo português e portanto é uma medida acessória, porque a mais importante era esta (…) a raça alentejana é semelhante à raça ibérica e que os produtos podem ser rotulados debaixo do mesmo normativo espanhol”.

Bulhão Martins refere que aquilo que o Governo português fez, “foi uma sensibilização do Governo espanhol para a necessidade de haver esta correspondência ou esta harmonização entre raça alentejana e raça ibérica. Se não tivesse havido esta harmonização, na campanha de produção que se aproxima, os porcos portugueses não poderiam entrar em Espanha e ser rotulados e etiquetados da mesma maneira que os porcos espanhóis e perderiam valor porque não poderiam entrar nos segmentos mais altos do mercado”.

Quando questionado, o presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, expressa que “os porcos portugueses sempre entraram em Espanha, apareceu uma legislação nova espanhola de rotulagem que entrou em vigor a título experimental, sem todo o seu alcance na campanha anterior 2015/2016 e que nesta campanha 2016/2017, já funcionará em pleno. Esta regulação da rotulagem prevê raça dos porcos, modo de produção e presença ou ausência de montado. O porco tem que ser ibérico e agora também autorizada a raça alentejana, igual à ibérica”.

Acresce que esta certificação implica que o porco “tem que ser criado em montado ou alimentado a farinha, criado a montado, mais alto valor, alimentado a farinha de mais baixo valor e com uma etiqueta de nível mais baixo, criado em montado devidamente reconhecido com a tal ferramenta informática que diz que estas são as áreas reconhecidas de montado”.

Luís Bulhão Martins sublinha que a medida que o Ministério da Agricultura ajudou a alcançar, “teve na sua base o trabalho das associações. Podemos dizer que a produção está organizada de uma forma muito profissional, presta bons serviços, ajuda à entrada de novos produtores, ajuda ao aproveitamento dos montados, ajuda à valorização dos recursos nacionais e ajuda ao equilíbrio das contas portuguesas”.

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