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A Monografia, “A Misericórdia de Elvas Memorias do Século XX”, do autor Carlos Filipe. Apresentada em Elvas (c/som e fotos)

Foi apresentada no passado sábado, 15 de Outubro, pelas 17 horas, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas a obra intitulada, ´´A Misericórdia de Elvas Memorias do Seculo XX,“ do autor Carlos Filipe. 

A sessão de apresentação foi presidida por Nuno Mocinha, Presidente da Camara Municipal de Elvas, e apresentada pela Dra. Joana Balsa de Pinho, da Faculdade de Letras de Lisboa e pelo autor. A sessão contou ainda com uma sessão de autógrafos e com uma degustação de produtos regionais.

Esta obra, segundo Carlos Filipe, nasceu de um projecto iniciado em 2009, tendo como base, a reedição de uma monografia datada de 1954, de Eurico Gama. Apresentado ao então presidente da SCDM, Dr. Carlos Silva. Chegando-se nessa data à conclusão, ´´que o melhor seria uma nova monografia, concentrada no século XX.“ Resultante de ´´uma longa investigação, cerca de um ano e meio.

Carlos Filipe salientou a importância desta obra, já que a Misericórdia de Elvas ´´é uma das mais importantes do país“ e com algumas diferenças, que acabam por a distinguir de outras Misericórdias. ´´Sobretudo porque é uma Misericórdia que viveu todos os problemas do seculo XX “ tendo ´´dois momentos marcantes, o primeiro em 1910 e o segundo em 1974, 1975.“ Ficando nesse período sem o seu hospital e que acabou por sofrer ´´as consequências.“ Tendo na altura recorrido ao asilo Silva Martins, que direccionou para acolhimento sobretudo de mulheres. Concluindo, da forma como soube superar o processo de desgaste ao longo do século XX e desse ponto de vista, a Misericórdia de Elvas ´´é um exemplo para o país.“

A Santa Casa da Misericórdia de Elvas teve o seu início em 1502, ´´muito antes do século XX.“ Actualmente tem a seu cargo um lar de idosos, uma valência destinada exclusivamente a mulheres, que alberga 90 utentes e 52 funcionárias. Fernando Lopes, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Elvas, falou-nos da importância desta obra e do funcionamento da instituição, afirmando que nos tempos que correm, ´´ de saúde acho que está bem, nada nos falta, temos o suficiente para vivermos e tratar as nossas utentes da melhor maneira.“ Apesar de todas as dificuldades porque passaram, a instituição é uma mais-valia para o Concelho, com um apoio social bastante abrangente, embora, ´´ não seja reconhecido como eu gostaria.“ Sendo a Misericórdia uma casa aberta ´´ hoje as pessoas são um bocadinho diferentes do que eram antigamente, desinteressam-se muito do que acontece aos outros, só se lembram quando acontece a si próprio.“ Fernando Lopes apela a que as pessoas visitem a Santa Casa e se inteirem do seu trabalho, que ´´não é fácil.“ Elogiou também o trabalho das funcionárias que considera ser, ´´ um trabalho complicado.“ Acrescentando que só há um cavalheiro no lar da Misericórdia porque era Mesário e pedir para ficar, sendo as restantes 89 utentes, mulheres. A Santa Casa tem um acordo com o lar, Júlio Alcântara Botelho e dividiram os acolhimentos, a Misericórdia ´´fica“ com as senhoras e o Lar Júlio Alcântara Botelho recebe os homens.“ A razão pela qual os casais são separados passa por questões logísticas. Se por ventura a Misericórdia admite-se casais, isso segundo as palavras do seu Provedor, tornar-se-ia num ´´problema“ se no casal morresse a mulher o quarto passaria a ser ocupado só pelo homem. O lar da Misericórdia não tem quartos individuais só tem quartos de 2 e 3 camas.

Em relação às Memórias da Misericórdia no século XX, Fernando Lopes salientou que é um ´´bocadinho complicado, num século salientar algumas memórias.“

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