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“A Música, enquanto arte, deve ser irracional”, diz Miguel Ângelo

Durante 25 anos deu voz a um dos mais emblemáticos grupos portugueses, os Delfins. Depois da edição a solo de “Timidez”, Miguel Ângelo volta ao panorama musical português com o “primeiro”, trabalho que marca definitivamente o princípio de uma carreira a solo. É no âmbito da turné por território nacional, com paragem no Cineteatro de Elvas, a 30 de abril, que o cantor falou com a Rádio Campanário, numa conversa em que falou do passado, do presente e do futuro, não só relativamente ao seu percurso, mas também sobre a música feita para, por e em Portugal.

Sendo um dos fundadores dos Delfins, em 1984, Miguel Ângelo diz que o novo trabalho não é um romper com o passado: algumas letras estarão mais perto do antigo grupo, outras mais longe, mas o trabalho é acima de tudo a continuação da carreira enquanto compositor. Mais distante está a musicalidade do disco, que conta com a participação de alguns ex-Delfins. Passados alguns dias sobre as comemorações do 25 de Abril, o cantor diz que a música está cada vez mais na vida das pessoas, mas devido às mudanças da vida em sociedade – com o grande manancial de informação e contrainformação hoje disponível – as pessoas procuram hoje a musica como escape à realidade, e por isso tem um função diferente daquela que teria nos últimos anos do Estado Novo.

Entre outros assuntos, o cantor falou-nos ainda do atual panorama musical português, da falta de apoios à internacionalização e do próximo trabalho, que deverá ser editado em 2014.

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