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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

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“A produção de eletricidade do Alqueva pela EDP não gasta água do grande lago”, diz presidente da EDIA (c/som)

A energia hídrica é gerada pela água e é considerada uma energia renovável. Uma barragem serve para armazenar água que, entre outras coisas, é utilizada para produzir eletricidade, entre outas funções. Esta é uma das formas mais utilizadas para produzir energia em todo o mundo, representando cerca de 30% da eletricidade consumida em Portugal.

O grande lado Alqueva é uma dessas fontes de energia, que é utilizado pela EDP para abastecer as populações. Será que se gasta água do Alqueva para produzir energia? Como se dá o processo de produção no Alqueva? Entre estas e outras curiosidades, o presidente da EDIA, Pedro Salema explica-lhe tudo sobre produção de eletricidade a partir do grande lago.

Pedro Salema começou por referir-nos que a EDIA “sabe quantos metros cúbicos são utilizados em cada dia,” explicando que “fazemos o balanço hídrico de Alqueva todos os dias.”

Segundo o engenheiro, deste balanço é possível determinar a quantidade de água “que entrou, de Guadiana vindo de Espanha,” a quantidade de “água que choveu, que evaporou, que foi turbinada pela EDP, qual foi bombeada pela EDP,” entre outros dados.

E depois de aferir todos estes dados, será que a produção gasta ou não gasta água? “Em Alqueva a hidroeletricidade não gasta água, porque Alqueva não é uma barragem só. Alqueva tem um contraembalse que é a barragem de Pedrogão.” Posto isto “a EDP quando produz energia, tipicamente num dia são 30 ou 40 milhões de metros cúbicos, essa água passa de Alqueva para Pedrogão, mas fica guardada na barragem de Pedrogão, e depois, muitas vezes no mesmo dia, mas a outras horas essa mesma água volta para Alqueva.”

Pedro Salema explicou ainda que “a procura de energia não é igual ao longo do dia. Ás 20/21 horas da noite, em Portugal, é quando se gasta mais energia porque toda a gente quer jantar.”

Já por volta das “16h da tarde, há pouca gente a gastar energia porque as fabricas já estão a desligar, já estamos a ir para casa e até há muito sol, pode haver mais vento, há mais oferta de renováveis e menos procura de energia.”

Em resultado das energias renováveis, segundo o presidente “então o que a EDP faz? Compra energia quando a energia é barata e quando há muita, quando há muito sol ou muito vento.”

Pedro Salema deu como exemplo o domingo de páscoa. “Durante a tarde do domingo de pascoa a energia no mercado grossista teve baratíssima, teve a 3 ou 4 euros porque as fabricas estão fechadas, as pessoas estavam a passear porque estava bom tempo, e havia imenso vento e sol. Nesse momento Alqueva bombou, pôs água para cima para depois, ás 21h, pôr água para baixo turbinante.”

Explicou-nos ainda que “a EDP só pode fazer turbinamento primário, que é gastar água para fazer hidroeletricidade, quando Alqueva está acima da quota de livre turbinamento. Neste momento a cota de livre turbinamento é de 148,68. Este ano estivemos sempre abaixo disso.”

Em conclusão Pedro Salema frisa que “A produção de eletricidade não gastou água do Alqueva. O ano assado passaram dois mil e oitocentos milhões de metros cúbicos para baixo, mas passaram dois milhões e setecentos ou oitocentos para cima, portanto o saldo foi nulo. Não se gastou água para se fazer eletricidade”.

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