Portugal continental está a viver uma situação de seca hidrológica que as autoridades admitem ser a pior dos últimos 100 anos, com quase todo o país em seca severa ou extrema.
O abastecimento público de água em localidades de seis concelhos servidos pelo sistema da Águas Públicas do Alentejo (AgdA) está já a ser assegurado através de autotanques, devido à seca
Este abastecimento com recurso a autotanques, que levam a água para o depósito, está a verificar-se em povoações de Aljustrel, Mértola e Moura (no distrito de Beja), Alcácer do Sal e Santiago do Cacém (Setúbal) e Montemor-o-Novo (Évora).
A Rádio Campanário falou com Álvaro Azedo, Presidente da Câmara Municipal de Moura, sobre a situação do concelho, o Autarca começou por nos referir “apenas a freguesia de póvoa de são Miguel nos trouxe alguma preocupação” acrescentando “houve a necessidade de reforçar o abastecimento ao depósito porque a água que através da Agda estava a debitar para o depósito podia suscitar alguma dificuldade em termos de aproveitamento do depósito.”
“Há um maior consumo, existem algumas situações de ruturas, mas acima de tudo nesta altura do ano, como é hábito em qualquer parte do país há um maior consumo de água e a água que estava a chegar ao depósito convidava-nos a fazer algum reforço.”
Segundo o Autarca trata-se de reforços pontuais “no sentido de garantir que o nosso depósito continuava a dar a resposta que nós exigimos no abastecimento de água às populações no concelho de Moura e neste caso em particular na Freguesia de Póvoa de São Miguel.”
De acordo com o Presidente da Autarquia, no restante do concelho a “situação está normalizada, não há qualquer situação anómala nem situações que nos levem a estar com o coração nas mãos” ainda assim reforça “temos as preocupações normais em qualquer município onde a sua rede é envelhecida e onde a sua rede precisa de facto de uma intervenção no sentido de melhorar a eficiência hídrica.”
Álvaro Azedo realça que a situação da água no concelho de Moura está “estável” assegurando ainda “mas temos obrigação de garantir que aproveitamos muito bem a água que chega às nossas torneiras e investimos diariamente para aproveitar muito bem este recurso que vai faltando já em muitas zonas do país e da Europa e isso deve preocupar-nos a todos.”
Para isso, refere-nos “há um trabalho de sensibilização que começa desde logo a ser feito nas escolas, junto dos mais novos, que muitas vezes guiam os pais, melhoramos os sistemas de rega, minimizamos ao menor tempo possível as ruturas que vão surgindo.”
“O importante é passarmos uma mensagem de auto- responsabilização do próprio Município “
Recorde-se que, no final de Junho, mais de um quarto do território do continente estava em seca extrema (28,4%), verificando-se um aumento em particular na região Sul e em alguns locais do interior das regiões Norte e Centro, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).O restante território estava em seca severa (67,9%) e seca moderada (3,7%).