Com o aparecimento da COVID-19 em Portugal, vários setores foram obrigados a parar totalmente a sua atividade, entre os quais o setor da cultura, que sai, financeiramente, prejudicado com a pandemia.
Em entrevista à Rádio Campanário, a diretora regional de Cultura do Alentejo (DRCA), Ana Paula Amendoeira, falou como as entidades vão ajudar este o setor. A diretora regional de Cultura do Alentejo informou que vai haver financiamento, que será dado “através dos municípios e não através das instituições do Ministério da Cultura”.
Ana Paula Amendoeira referiu que “no período de Estado de Emergência e de confinamento, em que a cultura parou integralmente, tivemos vários programas de apoios, uns que estão ainda em curso e outros que estão a ser lançados, nomeadamente a Bolsa de Apoio aos Agentes Culturais do Alentejo que estamos a realizar em articulação com a Lendias D’Encantar, de apoio a artistas do Alentejo ou que estejam sediados no Alentejo e que não tenham apoio da Direção Geral das Artes (DGA), porque não podemos apoiar agentes culturais que tenham esse apoio. Essa bolsa teve duas fases e está agora a entrar na terceira fase de candidatura. Lançámos também na sexta-feira [dia 29 de maio] um projeto de apoio aos músicos para a criação em tempo de pandemia de músicas originais, em colaboração com a Musibéria de Serpa e com a Lendias d’Encantar de Beja com o apoio da DRCA, neste caso virado para a música”.
A Diretora regional falou ainda sobre o Festival Artes em Casa, apoiado pelo DRCA, “que permitiu que mais de 30 artistas pudessem trabalhar neste período”.
“Fizemos também uma linha de apoio associações de artesãos, que foi também um setor que parou e as pessoas não têm nenhum tipo de apoio e deixaram de vender os seus produtos. Também apoiámos cerca de 30 projetos culturais neste período. E estamos agora a lançar um projeto na área da fotografia, também do registo dos impactos negativos desta pandemia na região”, referiu.
Ana Paula Amendoeira deixou um alerta de que “a situação no setor da cultura é muito preocupante na região do Alentejo. Fizemos um levantamento nas estruturas para saber a situação e, portanto, temos essas informações e temos procurado manter essa proximidade. Foram também abertos os concursos da DGA, mas apenas acompanhamos as estruturas apoiadas. Há algumas linhas de apoio abertas, mas a situação é muito difícil, tudo isto que estou a dizer são iniciativas e pequenas medidas de solidariedade de tentar ajudar as situações mais urgentes”.
Sobre os museus e monumentos históricos, “abrimos todos no dia 18 de maio, assinalando a segunda fase do desconfinamento. Todos os museus que estão diretamente dependentes da DRCA estão abertos ao público. Nesta terceira fase a informação que temos é que a grande maioria dos monumentos e equipamentos culturais afetos aos municípios irão abrir”.
A diretora regional da Cultura no Alentejo contou ainda que “fizemos um guia de boas práticas, para ser utilizado de forma a serem seguidas as recomendações oficias de segurança. Fizemos um cruzamento das medidas e das recomendações mais relevantes, quer para a saúde quer para aquilo que é recomendação destas instituições e destes organismos. Criámos ainda uma sinalética para todos os equipamentos culturais e monumentos no sentido de informar e sensibilizar os visitantes para o que são as obrigações e a forma como as pessoas se devem comportar dentro dos espaços. Temos ainda um guia de recomendação de limpeza de sítios patrimoniais, religiosos e integrados, quais os produtos utilizados e a forma de limpar, para que as pessoas possam visitar em segurança, mas com as devidas restrições e cuidados”.