Portugal encontra-se recentemente habilitado a exportar carne fresca de bovino para o Chile.
Pedro Espadinha, representante da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Alentejana (ACBRA), em declarações à RC, afirma que a curto prazo e numa visão global de mercado, “não será algo que possa ter impacto na nossa produção”.
Sendo o Chile um país “com um nível de vida bastante acima da média dos restantes países da América Latina”, e surgindo a América do Sul como “o maior produtor de bovinos do mundo”, aponta a redundância e dificuldade de se “exportar carne de bovino para países que são exportadores” e que têm grande efetivo de bovinos, que resulta num preço baixo desta carne.
Desta forma, o interesse para a região Alentejo da abertura deste mercado passará sempre por uma “perspetiva de nicho de mercado”, no âmbito das carnes de bovino com Denominação de Origem Protegida (DOP), de reconhecida qualidade e traçabilidade.
Surgindo sempre como “mais uma porta que se abre”, defende que não o será “como negócio em grande”, considerando que o mesmo se prenderá sempre com o nicho das “carnes de excelência”.
Segundo informações da DGAV (Direção-Geral de Alimentação e Veterinária), os operadores interessados devem registar-se na base de dados do Serviço Agrícola e Pecuário Chileno, podendo conhecer os requisitos de exportação, assim como os procedimentos conducentes ao seu registo como operadores habilitados, junto dos serviços da DGVA.
De salientar ainda que, a Carnealentejana S.A., empresa responsável pela comercialização da carne produzida no Alentejo, nomeadamente desta raça autóctone, produzida em herdades do distrito de Portalegre (Monforte, Fronteira e Elvas), exporta para países como Angola, Macau, Bélgica e Luxemburgo.