Entre os dias 22 e 25 de Abril, o Alandroal promoveu um conjunto de eventos comemorativos dos 43 anos, do 25 de Abril.
A Rádio Campanário esteve presente nos dias 24 e 25 de Abril, e falou com Mariana Chilra, Presidente da Câmara Municipal do Alandroal.
“Abril faz cada vez mais sentido, pelas dificuldades que estamos a sentir ao nível do país, a nível regional, também, e a nível local”, afirma a autarca.
Realça que, passados 43 anos, o país ainda atravessa algumas das dificuldades sentidas previamente à revolução, nomeadamente a dificuldade no acesso à saúde e à educação.
Portugal, acrescenta, é um dos países com os impostos mais altos, registando-se um aumento contínuo das desigualdades entre classes sociais.
O Alentejo, é “uma região que tem sido esquecida pelos governos do PS e do PSD. É uma região que está desertificada, abandonada, onde não foram feitos investimentos […] essenciais para a região”, realça Mariana Chilra.
Apesar dos planos governamentais apontarem a necessidade de uma valorização do interior para uma maior coesão territorial, a autarca afirma que o projeto da “regionalização tem sido permanentemente metido na gaveta, e mantemos hoje a mesma situação que a seguir ao 25 de Abril”.
Defende ainda que o poder local tem sido progressivamente enfraquecido, havendo do governo constantes tentativas de delegar “competências que não são, nem nunca foram da autarquia, nem devem ser”, e que geram prejuízo às mesmas. Por outro lado, o governo pretende obter competências autárquicas passíveis de gerar lucro.
“Abril é […] a festa da liberdade”, e da consciencialização para situações de injustiça, e da luta para as evitar, recorda a presidente do município.
Perfazendo 30 anos da morte de Zeca Afonso, Mariana Chilra recorda o seu trabalho, com as suas músicas de intervenção, anteriores à Revolução dos Cravos, por “um país melhor, mais igual, mais solidário”.
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