A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Sousel tem identificados, neste momento, cerca de 8 casos, com destaque para o absentismo escolar na comunidade escolar, aponta a presidente Susana Sousa Frade, em declarações à Campanário.
Quando tomaram posse há quase um ano, a CPCJ de Sousel tinha “à volta de 20 casos”, tendo alguns sido arquivados e outros remetidos para o Ministério Público, medida tomada quando “a comissão já não consegue trabalhar com estas famílias”.
“Conseguimos alguns acordos e conseguimos algumas melhorias a pouco e pouco”
Susana Sousa Frade
Ciente do trabalho necessário para alcançar a “total ausência de perigo e da família começar a funcionar como nós achamos normal e corretamente”, aponta que tal requereria “um grupo de técnicos a trabalhar no terreno todos os dias, e isso não existe infelizmente”.
A problemática predominante é o “absentismo escolar e chega ao abandono”, “principalmente a nível de etnia cigana”, porque “é a tradição deles”.
Tentamos que “a criança adquira o essencial para a sua vida, porque a partir dali sabemos que não vão estudar mais”
Susana Sousa Frade
Considerando que os jovens de etnia cigana contraem matrimónio em idade escolar, resultando no absentismo e abandono escolar, a CPCJ de Sousel tem “tentado algumas melhorias” através do ensino doméstico, “embora às vezes a DGEST não nos facilite nessa parte”, aponta.
A dirigente defende que tudo o que for conseguido a nível de ensino doméstico, contribuirá para que o abandono escolar não seja total, permitindo que o jovem “adquira o essencial para a sua vida”.