Com a chegada da nova vacina para combater a pandemia Covid-19 cada dia mais perto, os problemas de logísica na distribuição da mesma começam a surgir. Uma agravante da distribuição da vacina reside nos aviões não estarem equipados para manter o conteúdo da vacina a temperaturas extremamente negativas, e também não haver tempo para construir novos.
Paulo Soares, especialista em aviação, admite à TSF que, genericamente, desconhece a existência de aeroportos com arcas frigoríficas de grande dimensão, suficientes para armazenar vacinas em muito larga escala. Nessa matéria, admite o especialista, que “em Portugal estamos metidos num sarilho”. “Só conheço uma arca frigorífica com disponibilidade de espaço: é a que está no Aeroporto de Beja,” admite Paulo Soares.
Este especialista defende que Beja pode mesmo ser a solução para fazer chegar as vacinas ao resto do país. O Aeroporto de Beja está “num sítio isolado, sem congestionamento” e, a partir de lá, as vacinas podiam ser distribuídas “de carro ou em pequenos aviões, também eles preparados, com arcas frigoríficas pequeninas e por pouquíssimo tempo”, avança o especialista à TSF.
Paulo Soares, acrdita na capacidade de adaptação da indústria de aviação, no entanto, fala de uma “corrida contra o tempo”. Prova disso é a recomendação da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), feita no início da semana, para que a aviação de carga possa encontrar respostas para este novo desafio. Mas sublinha que só uma “verdadeira colaboração” entre os países vai permitir essa adaptação ao transporte e distribuição em larga escala das vacinas que o mundo tanto aguarda.
(Fonte: TSF)