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Quinta-feira, Outubro 17, 2024

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Agricultores alentejanos escrevem ao Ministro da Agricultura sobre graves prejuízos do vírus “Língua Azul”

A Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) enviou uma carta ao Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, manifestando a sua “séria preocupação sobre os elevados prejuízos que o setor pecuário do Alentejo está a sofrer em resultado da progressão acelerada de um novo serotipo do vírus da Febre Catarral Ovina, o Serotipo 3 – também conhecida como língua azul.”

Em nota enviada à nossa redação, a Federação evidencia que “este vírus afeta essencialmente ovinos, embora também possa causar problemas aos bovinos e aos caprinos. Esta é uma doença transmitida por insetos, que se suspeita terem vindo do Norte de África arrastados pelo vento, trazendo consigo esta nova estirpe da Língua Azul que, por força das alterações climáticas, encontra condições para estabelecer-se na Europa e expandir-se cada vez mais para Norte.”

De acordo com a FAABA “os primeiros focos conhecidos desta variante surgiram com grande intensidade no Alentejo Central e rapidamente se alastraram aos territórios vizinhos. Atualmente, praticamente todo o Alentejo está confrontado com este problema.” A nota enviada esclaraece ainda que se trata de “uma doença de declaração obrigatória que, quando confirmada na exploração, implica um impedimento da movimentação animal durante 60 dias, o que se revela muito penalizador do ponto de vista económico” sublinhando que “as organizações de produtores constatam que a situação é, na realidade, muito grave.”

A Federação dos Agricultores do Alentejo salienta ainda que “os prejuízos causados à produção são muito consideráveis e decorrem da significativa mortalidade de ovinos, cuja taxa aumentou mais de 50% face a período homólogo do ano passado, mas também do número elevado de animais doentes que deixam de produzir, dos abortos e dos custos elevados com os tratamentos médico-veterinários que têm que ser administrados a estes animais.”

Acresce a esta situação, já de si muito penalizadora, que a vacina recentemente disponibilizada é muito cara e os custos de aquisição e de aplicação estão a ser suportados integralmente pelos produtores, ao contrário do que acontece em outros países comunitários, como por exemplo em França e em Espanha, onde o Estado suporta na íntegra a aquisição da referida vacina.

Os responsáveis da FAABA, através desta missiva, apelam à tutela que apoie a produção a suportar estes prejuízos e custos acrescidos.

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