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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Agricultores Alentejanos pedem para “baixar impostos dos combustíveis, energia verde e ajudas a fundo perdido”, diz diretor da FAABA (c/som)

Na sequência das recentes notícias que dão conta dos problemas enfrentados pelos agricultores alentejanos, nomeadamente no Baixo Alentejo, face ao aumento de combustíveis e à seca que se tem feito sentir, a Rádio Campanário entrevistou o Eng. Rui Garrido, diretor da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA).

No que diz respeito ao aumento dos custos de produção, Rui Garrido apontou que “os adubos aumentaram um disparate”, como por exemplo a ureia que “aumentou 150% por cento” e “passou de 300 euros por tonelada para 800 euros por tonelada”. Ao mesmo tempo, o gasóleo já vai em mais 43 a 44% de aumento” e “as sementes aumentaram também mais de 40% e as rações que ainda não aumentaram, porque não há em Portugal cereais, é quase tudo importado e os cereais estão muito caro”, então “naturalmente o preço das rações vai subir”.

Isto significa um “aumento brutal dos fatores de produção” que “tem que ser compensado”. Assim “vai ter que haver aqui algumas ajudas da parte do nosso ministério da Agricultura”.

Revelando que, derivado desta situação, alguns agricultores, nas explorações pecuárias, estão a semear as forragens para alimentar o gado “sem adubo”, “uma coisa que é tecnicamente incorreta”, explica.

Ao mesmo tempo, no que diz respeito à plantação de cereais, avança que “muitos agricultores não o vão fazer, e outros se o fizerem também o farão sem adubo”. Algo que “vai ter reflexos brutais na rentabilidade das explorações”, pelo que “muitos produtos vão chegar ao supermercado mais caros”.

No que diz respeito à seca, Rui Garrido explica que a chuva este ano “já foi pouca em termos gerais, e houve zonas em que foi muito menos”. Assim, “algumas dessas cearas e forragens germinaram com as últimas chuvas e agora estão a secar”, aponta.

Algo que afeta também “a reserva de água para as barragens”, algo diferente do ano anterior, em que “nesta altura já chovia bastante”, sendo que “a campanha da azeitona do ano passado foi uma campanha molhada”. Algo que “não se prevê que venha a acontecer este ano”.

Deste modo, “sob pena de muitas explorações poderem ficar em situação financeira muito difícil, se calhar tem que haver aqui algumas ajudas” governamentais.

Com esta situação, o presidente da FABAA, esclarece também que no futuro a qualidade da produção poderá ser afetada, produzindo bens como a erva de “qualidade muito inferior”.

Por outro “na questão dos adubos, não é só o preço que eles têm, é a dificuldade em arranjar adubos”.

Ao mesmo tempo, “se somarmos também ainda a falta que já se começa a sentir de mão de obra” para fazer as colheitas, “começamos a ver aqui um setor novamente com grandes complicações”.

No que diz respeito às soluções para estes problemas levantados, Rui Garrido aponta alguns caminhos como “baixar o imposto” sobre os combustíveis, que “seria uma pequena ajuda”, ou outros como “eletricidade verde”, uma medida que já existiu e onde “a agricultura pagava uma eletricidade mais barata”, e “em última análise, vamos ver como vai evoluir a seca, mas não sei se não terá que haver aqui uma ajuda a fundo perdido”.

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