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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Agricultores do baixo Alentejo reclamam medidas do Governo em Carta Aberta à Ministra da Agricultura e Alimentação

Tribuna Alentejo

Em carta aberta dirigida à Ministra da Agricultura e Alimentação, bem como aos vários Ministérios envolvidos, a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo apela à compreensão de algumas questões relacionadas com algumas das medidas tomadas pelo Governo com o objetivo de minimizar o risco de incêndios e que, em alguns pontos, não estão a favorecer os trabalhos agrícolas no Baixo Alentejo, tendo em conta as particularidades da região.

Apesar de a Federação reconhecer a absoluta necessidade de implementação de medidas que evitem a deflagração de fogos que, infelizmente, têm assolado o nosso território, principalmente nas zonas providas de coberto florestal no norte e centro do País, esta entidade reconhece também que algumas dessas medidas devem merecer outra atenção e até algum alívio e bom senso nas medidas restritivas agora decretadas pelo Governo.

Uma dessas medidas em relação à qual os Agricultores do Baixo Alentejo fazem o alerta tem a ver com o horário definido para a utilização das máquinas debulhadoras que se encontram, neste momento, em plena campanha de recolha de cereais. A Federação propõe que seja permitida a debulha normal dos cereais, exceto no período compreendido entre as 13 e 17 horas (período em que as temperaturas são mais elevadas) em situações climáticas extremas em que tenha sido decretado o alerta vermelho para a região e relembra também que é normal fazer a debulha de cereais no Alentejo com temperaturas acima dos 30 0C.

Outra situação que se está a verificar na região do Baixo Alentejo e que a Federação dos Agricultores desta região reporta na refrida Carta Aberta, para a qual o despacho não dá a devida cobertura, tem a ver com a instalação de sistemas de rega, na maior parte dos casos para culturas permanentes em que se torna necessária a utilização de retroescavadoras para abertura e fecho de valas. Estas operações ocorrem geralmente em parcelas já gradadas, preparadas para a plantação e completamente limpas de pastos, onde o risco de incêndio é nulo. O impedimento destes trabalhos está a prejudicar não só os agricultores, que necessitam de ter os sistemas instalados e prontos para a rega das plantas (na maioria dos casos já encomendadas), mas também as empresas de rega que estão impedidas de trabalhar. A Federação sugere que para estes trabalhos seja estabelecido um horário semelhante ao solicitado para a colheita dos cereais.

Senhora Ministra, vimos assim apelar a Vossa Excelência, para que, em conjunto com os vários Ministérios envolvidos, compreendam as questões que estamos a colocar, e lhe seja dado o seguimento que propomos, uma vez tratar-se de medidas que, em nossa opinião, não trarão um risco acrescido de incêndio.

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