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Agricultura intensiva no Alentejo Litoral alvo de “reclamações e conflitos”

A associação Zero lançou um alerta para o aumento da agricultura intensiva na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV) e para a falta de controlo desta atividade, o que tem originado “reclamações e conflitos”, no perímetro de rega da Barragem de Santa Clara, no concelho de Odemira (Beja).

Num comunicado divulgado esta sexta-feira (25 de Agosto), intitulado de “agricultura intensiva sem controlo no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina”, a Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável diz ter recebido “muitas denúncias” relativamente à atividade agrícola nesta área protegida, que abrange concelhos do Alentejo e Algarve.

A associação solicitou esclarecimentos ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) “sobre a execução de medidas e o cumprimento das normas ambientais previstas no Plano de Ordenamento” do parque natural, e que o ICNF “reconhece que existe, atualmente, um forte incremento da atividade agrícola intensiva, com instalação de novas estufas”.

O ICNF admitiu também que “a execução das medidas e normas” do plano de ordenamento “ou não está a acontecer”, ou então, “só agora está a dar os primeiros passos”, no que diz respeito ao “controlo da qualidade da água”, pode ler-se no comunicado.

“O ICNF reconhece não saber qual a área ocupada por estufas e túneis, quando existe um limite imposto por lei de 30% no Perímetro de Rega do Mira”, adianta a associação ambientalista.

Segundo a associação, esta situação “está a originar reclamações e conflitos por parte das populações residentes e de agentes turísticos e a gerar impactes nos valores naturais”, acrescentando que estas instalações provocam um “forte impacte visual numa área de turismo de natureza”.

De acordo com o comunicado, a agricultura intensiva é praticada na área do Perímetro de Rega do Mira (PRM), abastecida pela Barragem de Santa Clara, que, apesar de ocupar “apenas cerca de 11% da área total” do parque, “estende-se por 41 quilómetros e ocupa 15 mil hectares”, sendo “um dos locais com maior intensidade agrícola do país”.

Devido à “ausência de medidas de prevenção dos problemas atualmente identificados” foi criado um grupo de trabalho, composto por diversas entidades e coordenado pelo ICNF e pela Câmara de Odemira (Beja), para “avaliar os conflitos existentes” neste perímetro de rega.

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