Ai Weiwei é um artista e ativista do mundo perseguido, detido, impedido de sair do país durante anos e torturado pelo regime Chinês – chegou a estar 81 dias detido pelas autoridades chinesas.
Há dois anos escolheu o Alentejo para viver. Alega que não acredita que o Ocidente consiga parar o crescimento chinês. Explica que o motivo é: o capitalismo.
Justifica a sua escolha por Portugal baseando-se na nossa meteorologia, segurança, no ritmo de vida e diz “aqui as pessoas são vagarosas, abertas e honestas, e eu gosto disso.”.
Há dois anos que escolheu a calma do Alentejo e optou por Montemor-o-Novo pela sua natureza para o exílio. Aqui, partilha casa com colegas de equipa e assistentes, sendo que a mulher e filho vivem no Reino Unido. “Sinto que fomos arrancados das nossas raízes”, diz Ai Weiwei , “fomos mal tratados pela sociedade, apenas por termos ideias e opiniões diferentes (….) Fomos mal tratados, discriminados”. Esta é uma condição que define a sua vida.
Sem ter escolha, o seu destino foi praticamente traçado desde nascença. Diz ser um refugiado desde que nasceu, inclusive no seu próprio País. Viveu em trincheiras, dormiam em camas de terra num buraco quase sem luz. Ao relembrar o passado, Ai Weiwei alega ter passado por tempos muito difíceis: Lutou, chorou, exigiu direitos humanos e liberdade de expressão. O arrependimento não existe para Ai Weiwei, caso contrário não teria voltado à China nos anos 90 e consolida-se como um artista de renome no país onde inclusive foi convidado a projetar o famoso estádio nacional para os jogos olímpicos de 2008, proposta a que se recusou tanto a realizar como a estar presente no dia de inauguração.
Neste momento, encontra-se a produzir uma grande obra de arte: uma peça arquitetónica, que será, provavelmente, o último estúdio que irá construir. Inspira-se nas suas situações mais complicadas e afirma serem uma fonte de criatividade.
Ai Weiwei assegura que na China , nem tudo o que parece é, e cita “ O que os estrangeiros vêm é superficial. Parece que – de repente – se mudou a política. Mas o que nunca irá mudar, é o controlo”, diz saber que a Europa ou o Ocidente estão a sentir o crescimento da China, que acontece a um forte ritmo e escala, e que isso deixa muita gente nervosa, “não acredito que a consigam travar porque a principal filosofia no Ocidente é o capitalismo (…) o vencedor leva tudo.”.
Fonte: CNN