Os maus tratos a utente do lar da Santa da Casa da Misericórdia de Alandroal, que acabaria por falecer no Hospital de Évora, na madrugada de 6 de fevereiro de 2015, levou a que o Ministério Público do Departamento de Investigação Penal (DIAP) de Redondo, acusasse a diretora técnica, um médico, uma enfermeira, uma fisioterapeuta, quatro funcionárias do Lar de Nossa Senhora de Fátima, a provedora e a própria Santa Casa da Misericórdia de Alandroal, conforme notícia avançada pelo Lidador Notícias.
Estão acusados, em coautoria, de um crime de maus-tratos, agravado pela morte de desta utente de 83 anos.
Para o Ministério Público (MP) de Redondo, os arguidos violaram os deveres de garantir cuidados, nomeadamente de saúde, evitando lesões a esta utente.
Lucinda Rodrigues, de 83 anos, acabou por falecer devido a uma sepsis – infeção generalizada consecutiva a escaras de pressão e caquexia.
A utente em questão, estava institucionalizada na Misericórdia do Alandroal onde, na sequencia de AVC, ocorrido em 2012, passou a frequentar o centro de dia e a partir de de outubro de 2014, dado o seu estado de dependência, passou a pernoitar na Instituição.
A partir desta altura o estado de saúde da utente ter-se-á agravado apresar de, à mulher, não serem conhecido qualquer historial de úlceras de pressão e muitas das situações ocorridas no lar não foram reportadas pelas ajudantes no “Livro das Ocorrências”, pelo que a utente não foi levada ao Centro de Saúde para receber tratamento, colocando em causa a sua segurança.
A Acusação considerou “A conduta destas “colocou em causa a segurança de Lucinda Rodrigues e levou ao agravamento do seu estado de saúde”.
Em 19 de dezembro de 2014 foi transferida para o Lar Domus Sénior, em Vendas Novas.
A dedução da acusação pública por parte do MP já foi dada a conhecer aos acusados, sustentando que o mesmo deve ser julgado com a intervenção de um Coletivo de Juízes. Antes do julgamento, os arguidos podem pedir a abertura de instrução do processo.