A remodelação e a ampliação de um edifício no interior do Castelo de Alandroal (Évora) vão dar origem a um núcleo museológico, “o primeiro do concelho”, num investimento a rondar os 612 mil euros, revelou o presidente do município.
Em comunicado, a Câmara de Alandroal explicou que os trabalhos de construção deste núcleo museológico no castelo arrancaram esta semana com a assinatura do auto de consignação à empresa que ‘ganhou’ a obra.
O presidente do município, João Grilo (PS), revelou à agência Lusa que o objetivo é criar “o primeiro núcleo museológico” no concelho.
“Por estranho que pareça, não temos um único núcleo museológico no concelho do Alandroal. Temos um projeto para desenvolver vários núcleos, mas este é o primeiro”, destacou.
A intervenção agora consignada visa a remodelação e ampliação de um edifício no interior do Castelo de Alandroal e contempla ainda os arranjos exteriores e jardim associados ao imóvel, de acordo com o comunicado da autarquia.
O investimento total é de 612.109 euros, dos quais 307.489 euros são financiamento comunitário através do programa regional Alentejo 2020.
O prazo de execução das obras é de um ano e o futuro núcleo museológico será “dedicado à história e arqueologia do concelho”, oferecendo aos visitantes um “espaço ajardinado exterior e cafetaria”, indicou.
Segundo João Grilo, o objetivo é “mostrar um pouco dos achados” arqueológicos que foram feitos no concelho, dar a conhecer aquilo que “é o Endovélico e [fazer com que] quem não conhece o Alandroal saia deste museu a conhecê-lo um pouco melhor”.
É no concelho de Alandroal que se situa o único local de culto conhecido do deus Endovélico, que tinha forte expressão na Lusitânia Romana.
Segundo a câmara municipal, este projeto “insere-se na prioridade definida pelo atual executivo para a reabilitação e valorização do património construído no concelho”.
Pretende-se que esse património se assuma “como âncora para a dinamização económica e atração de investimento privado, com destaque para os três castelos de Alandroal, Juromenha e Terena”, destacou.
Nesse sentido, o projeto inclui ainda a criação de um “museu central” do concelho, “onde a coleção do Endovélico seja a principal” em exposição.
A localização deste núcleo está prevista para a localidade de Terena, “mais próxima de São Miguel da Mota”, onde se pensa que terá existido o santuário do Endovélico.
Está também em curso um “investimento superior a cinco milhões de euros no restauro e conservação das muralhas da Fortaleza de Juromenha”, disse o município, explicando que o mesmo “abrirá caminho a um investimento” ao abrigo do Programa Revive.
“Encontra-se em concurso um projeto que prevê a criação de uma unidade hoteleira com 70 unidades de alojamento” naquele local, esclareceu João Grilo.