Os 50 anos da criação do Movimento dos Capitães foram este sábado assinalados , no Monte do Sobral, em Alcáçovas, Viana do Alentejo, numa iniciativa que marca uma nova fase das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril.
A evocação ao primeiro grande encontro em Portugal do que viria a ser o Movimento das Forças Armadas (MFA) foi organizada pela comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril , realizando-se no local onde decorreu, a 9 de Setembro de 1973, a reunião clandestina.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com o Coronel Vasco Lourenço, um dos Capitães de Abril, que começou por nos referir “o falar-se abertamente da mudança do regime, antes, não havia condições para isso” acrescentando “o pano de fundo aqui era o problema da guerra que nós sentíamos que não tinha solução e para a qual era preciso encontrar uma solução política e víamos os responsáveis políticos a olhar para a guerra como um fim em si mesmo.”
“As guerras têm que ter sempre soluções políticas” adiantou ainda o Capitão Vasco Lourenço que sublinhou ainda “o que esteve em discussão não foi propriamente a questão da guerra , forma problemas mais de natureza corporativa mas havia já um grupo que estava a tentar aproveitar esta movimentação para derrubar o regime, criar liberdade e resolver o problema da guerra e atingir a paz.”
O Coronel Vasco Lourenço, que participou ativamente neste movimento, adiantou ainda “o problema da guerra foi aflorado mas não foi discutido porque era tabu.”
“Conseguimos criar uma bandeira que foi recuperar o prestígio das Forças Armadas junto da população portuguesa” sublinhou o Coronel Vasco Lourenço que acrescentou ainda “depois foi um caminhar muito rápido.”