Os 50 anos da criação do Movimento dos Capitães foram este sábado assinalados , no Monte do Sobral, em Alcáçovas, Viana do Alentejo, numa iniciativa que marca uma nova fase das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril.
A evocação ao primeiro grande encontro em Portugal do que viria a ser o Movimento das Forças Armadas (MFA) foi organizada pela comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril , realizando-se no local onde decorreu, a 9 de Setembro de 1973, a reunião clandestina.
Presente neste momento esteve Bação da Costa Lemos, General. Que cumpriu o serviço militar durante 47 anos , um mês e um dia. Foi General , Vice-Chefe Maior do exército com quem a Rádio campanário falou.
À nossa reportagem Bação da Costa Lemos referiu, a propósito da primeira reunião do Movimento de Capitães “estive nesta reunião com mais quatro paraquedistas” contando que “ as causas do 25 de abril foram no aspeto militar, que eram apolíticos, foram causas corporativas porque o regime que já tinha longos anos numa guerra que nunca se ganha , resolveu para arranjar Capitães para a guerra , convidar Capitães milicianos, ultrapassando aqueles que eram profissionais do quadro permanente.”
Segundo conta o antigo General “isso criou muito mau estar” seguindo-se o facto do general Spínola ter escrito o livro Portugal e o Futuro o que, segundo explica “veio dar alguma cobertura política a esta incompreensão.”
A gota de água explica ainda “foi a demissão do general Costa Gomes e do General Spínola. ”
Questionado pela RC se o Portugal de hoje foi o Portugal sonhado há 50 anos, Bação da Costa Lemos referiu “é difícil responder a isso porque nós na altura não sonhávamos com o que vinha a seguir.”
À data, sublinha “queríamos regularizar situações que achávamos que eram injustas” acrescentando ainda “50 anos depois percebe-se que nunca eram possível cumprir tudo mas naturalmente esta-se muito melhor do que na época.”
“Tudo começa com a sementinha que foi depois germinando e a insatisfação existente à época foi dando origem que, em vez de ser só uma reivindicação corporativa se juntasse tudo: a saturação da guerra e que levasse a uma libertação” sublinhou o antigo General que não tem duvidas que tudo isto junto deu origem ao 25 de abril.