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Aldeia de São Manços queixa-se da qualidade da água da rede pública

A população de São Manços, no concelho de Évora, queixa-se da falta de qualidade da água da rede pública, por estar “barrenta”, mas a câmara municipal promete solucionar o problema com uma intervenção faseada.

“O problema tem a ver com a canalização e a solução é substituir a conduta de água”, afirmou hoje à Lusa a presidente da União das Freguesias de São Manços e São Vicente do Pigeiro, Florinda Russo, eleita pelo PS.

Segundo a autarca, a água que sai das torneiras em São Manços passou a ser “barrenta, escura e cheira mal”, desde que foi alterada a sua origem de captação, existindo “casos piores e outros não tão graves”.

“A água era fornecida através de um poço e passou a ser através da barragem do Monte Novo”, o que fez com que “essa água destruísse a canalização, que já é bastante antiga”, disse, realçando que se trata de “um problema antigo” da freguesia.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, reconheceu que “um conjunto de consumidores” da localidade tem “água barrenta” nas torneiras, argumentando que o problema começou na anterior gestão PS, com “o negócio de entrega do abastecimento de águas em alta”.

Na mais recente reunião da assembleia municipal, a união de freguesias apresentou uma recomendação à câmara sobre o assunto, na sequência da entrega de um abaixo-assinado com cerca de 450 assinaturas, que foi aprovada por maioria.

Este órgão autárquico recomenda, assim, ao executivo municipal liderado pela CDU que “não seja cobrada qualquer fatura da água na freguesia de São Manços até que a situação da qualidade da água seja solucionada”.

A presidente da união de freguesias referiu que a população “não usa a água para consumo” e que muitos habitantes da freguesia já optaram por “soluções que não são compatíveis e até legais”, nomeadamente o recurso a furos próprios.

“As próprias toalhas ficam amarelas” quando uma pessoa se limpa após o banho, “a roupa que é lavada fica amarela, as máquinas estragam-se e os termoacumuladores chegam a criar barro e são constantemente substituídos”, relatou.

Já o presidente da câmara municipal sublinhou que este “é um assunto que se arrasta há muito tempo e que não tem tido solução porque a câmara não tem tido capacidade financeira para o resolver”, realçando que têm sido feitas “várias intervenções na rede para minimizar o problema”.

“Não podendo fazer a obra na sua totalidade”, a câmara pode “fazer uma obra por fases e é isso que está a ser preparado”, afirmou.

A câmara “já não cobra dinheiro nenhum há anos” aos consumidores de São Mansos de imóveis em que “sistematicamente a água não apresenta condições” e aos outros com problemas pontuais cobra “apenas metade do valor da fatura”, revelou Pinto de Sá, considerando que a recomendação da união de freguesias tem “claros objetivos eleitorais”.

“Toda a população deixar de pagar água em São Manços não nos parece correto, porque há consumidores que têm água em condições e aqueles que não têm já não pagam, além de, do ponto de vista legal, haver dúvidas sobre essa proposta”, advertiu.

A presidente da União das Freguesias de São Manços e São Vicente do Pigeiro, Florinda Russo, disse discordar da “discriminação” que foi criada no pagamento das faturas, alegando que “não há critério” para os diferentes casos.

“Algumas pessoas fizeram queixa individualmente na câmara e acabaram por não cobrar as faturas. Outras, que não se podem deslocar e reclamar, pagam 50% e outras pagam os 100%”, acrescentou.

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