O alemão acusado de furto e de incendiar as instalações do Clube Fluvial Odemirense, em Odemira, em outubro passado, foi hoje condenado no Tribunal de Beja a seis anos e seis meses de prisão.
Na sessão de leitura do acórdão, realizada esta tarde, a juíza que presidiu ao coletivo de juízes disse que o arguido foi absolvido da prática de um crime de incêndio, mas condenado por um crime de furto qualificado, a dois anos e seis meses de prisão, e um crime de dano qualificado, a cinco anos de prisão.
Em cúmulo jurídico, o cidadão alemão, Markolf Ipfelkofer, de 35 anos, foi assim condenado a uma pena única de seis anos e seis meses de prisão.
Além disso, na componente cível do processo, o coletivo de juízes condenou o arguido ao pagamento de duas indemnizações, uma delas ao Clube Fluvial Odemirense, no valor de cerca de 108 mil euros, pelos danos causados e material perdido no fogo.
A outra diz respeito ao pagamento de cerca de 70 mil euros à Câmara de Odemira (Beja), a proprietária do edifício onde funciona o clube e que, após o incêndio, teve de proceder a obras.
Segundo a presidente do coletivo, a não condenação pelo crime de incêndio deveu-se ao facto de não ter sido provado no julgamento, iniciado no passado dia 07 deste mês, que o fogo tivesse colocado em risco bens de elevado valor ou a integridade física ou vida de alguém.
Contudo, o tribunal condenou-o pelos outros dois crimes, por considerar provado que o arguido arrombou uma janela e entrou no clube fluvial, de onde furtou vários objetos, e deflagrou o incêndio numa embarcação semirrígida que se encontrava nas instalações, provocando danos no edifício, embarcações e demais material náutico aí armazenado.
“O tribunal não teve qualquer dúvida de que foi o arguido que praticou os factos”, afirmou a magistrada.
Para o acórdão, o coletivo de juízes levou em consideração “a ausência de qualquer arrependimento” do arguido, a forma como agiu, o valor dos prejuízos causados, os meios utilizados e os períodos de reclusão e passado criminal que possui no estrangeiro.
Um mandado de detenção europeu emitido pela Alemanha já pendia sobre Markolf Ipfelkofer, antes de ser detido em Portugal pela Polícia Judiciária como suspeito da autoria do incêndio e do furto no clube fluvial de Odemira.
O caso remonta a 09 de outubro de 2021, quando Markolf Ipfelkofer provocou um incêndio no Clube Fluvial Odemirense, alegadamente para esconder provas de um furto realizado antes no edifício, segundo a acusação do Ministério Público (MP).
O alemão foi detido pela PJ, como suspeito dos crimes, nesse mesmo dia, ao final da tarde, em Vila do Bispo, no distrito de Faro.
C/Lusa