O Presidente da República condecorou hoje com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo o ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, o alentejano almirante Mendes Calado e o ex-Chefe do Estado-Maior da Força Aérea general Nunes Borrego.
A cerimónia decorreu na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, com entrada apenas permitida a repórteres de imagem, conforme conta o “Notícias ao Minuto”.
Num breve discurso antes da entrega das insígnias, o Presidente, que é também comandante supremo das Forças Armadas, referiu que “a continuidade do Estado significa que as instituições permanecem, as mulheres e os homens passam, e em cada momento histórico servem de acordo com a sua aptidão, com a sua capacidade, devoção, o seu empenhamento, funcional e pessoal”.
“E a presença do senhor secretário de Estado, do senhor general Chefe do Estado-Maior do Exército, senhor general Chefe do Estado-Maior da Força Aérea e do senhor vice-chefe do Estado-Maior da Armada significam isso mesmo (…) que é a ideia da continuidade do Estado para além, naturalmente, daquilo que é em cada momento a interpretação pessoal, a sensibilidade pessoal, a suscetibilidade pessoal no exercício das funções”, acrescentou.
O Presidente destacou o facto de os anos em que estes dois chefes militares exerceram funções terem sido “intensos”, referindo “o empenhamento contínuo das Forças Nacionais Destacadas em cenários muito diversos e de complexidade crescente, em vários continentes e em circunstâncias porventura adversas”.
Estiveram presentes na cerimónia o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea recentemente empossado, general Cartaxo Alves e o vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, vice-almirante Coelho Cândido.
A Ordem Militar de Cristo destina-se a distinguir destacados serviços prestados ao país no exercício das funções de soberania.
Os dois militares deixaram recentemente de desempenhar os seus cargos como chefes dos respetivos ramos: o almirante António Mendes Calado deixou em dezembro passado a liderança da Armada a meio do segundo mandato e o general Nunes Borrego terminou o seu primeiro mandato à frente da Força Aérea no dia 26 de fevereiro, não tendo sido reconduzido.
António Maria Mendes Calado de 64 anos, foi nomeado para CEMA em 2018. Especializou-se em artilharia e concluiu a sua carreira no mar como comandante da fragata Corte Real, entre julho de 2002 e dezembro de 2005, e foi vice de Silva Ribeiro na Marinha.
A exoneração do almirante a meio do mandato gerou polémica, tendo sido primeiro noticiada em setembro passado, mas na altura foi adiada pelo Presidente da República, que considerou não ser “o momento adequado” para a sua substituição — algo que apenas aconteceria no final de dezembro.
Nessa altura, Mendes Calado afirmou, num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha, que deixava o ramo “não por vontade própria”, assegurando que “até ao último momento” manteve a “mão firme no leme” porque é isso que “mares agitados” exigem.
O Almirante Mende sCalado é natural de Cabeço de Vide, freguesia do Município de Fronteira, exerceu desde 2018 este cargo cujo trabalho muito dignifica o País, o Alto Alentejo e, muito particularmente a vila de Cabeço de Vide, terra natal que nunca esqueceu e onde é uma personalidade muito acarinhada entre a população.
C/ Notícias ao Minuto
Foto – @Lusa