As expectativas de ocupação turística no Alentejo na Páscoa são “muito boas” e já há “muitos” alojamentos esgotados, sobretudo com reservas de portugueses, apesar dos efeitos da guerra na Ucrânia, segundo a Entidade Regional de Turismo.
“O número de reservas é muito elevado”, há “muitos” alojamentos turísticos que “estão esgotados” e, portanto, “são expectativas” de ocupação na Páscoa “muito boas”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, Vítor Silva.
As reservas feitas nas unidades de alojamento alentejanas são sobretudo de portugueses, indicou, frisando que o mercado interno é o que tem “aguentado” e “sustentado”, e “bem”, a região nos “dois últimos anos” e “vai continuar a vir para o Alentejo”.
Questionado pela Lusa sobre se os efeitos da guerra na Ucrânia, como a subida dos preços dos combustíveis, e a pandemia de covid-19 poderão influenciar a procura turística e inverter o cenário de número de reservas “muito elevado”, Vítor Silva respondeu: “Não prevejo isso”.
“O Alentejo é reconhecido como um destino de qualidade e a situação bélica não afeta muito o turismo interno, por enquanto, a não ser que os preços, e isso não vai ser para já, subam em escalada”, vincou.
E “tenho a impressão de que as pessoas já se esqueceram” da covid-19, disse, afirmando: “Com alguma ironia, a única coisa positiva da guerra foi que acabou com a pandemia”.
“Embora não tendo acabado, o que é [um] facto é que as pessoas já se estão a comportar como se não houvesse pandemia”, acrescentou.
Segundo Vítor Silva, “desde há uns anos” que o Alentejo “é um destino muito querido dos portugueses” e “são sobretudo” estes que “ainda estão a movimentar o turismo” na região.
Já o turismo externo, “só agora é que começa a ter alguma reativação”, indicou, mostrando “preocupações” em relação aos mercados brasileiro e norte-americano, respetivamente, o segundo e o quatro mercados externos no Alentejo em 2019.
Trata-se de “mercados importantíssimos” para o Alentejo que “mostravam já uma vontade bastante grande de se abrir, mas, a situação de guerra, mais até do que a pandemia, estão a atrasar um pouco a reabertura mais acentuada destes mercados”, explicou.
“Se a situação de guerra se prolongar”, os mercados brasileiro e norte-americano “vão ser muito afetados”, sobretudo devido à eventual subida dos preços dos bilhetes de viagens de avião e ao “fator psicológico”, frisou.
Portugal está a uma “distância considerável da guerra” na Ucrânia e os turistas oriundos dos mercados brasileiro e norte-americano “não viajam se não tiverem uma sensação de segurança”, frisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
C/Lusa