O preenchimento das 459 vagas para a contratação de médicos de família ficou aquém das expectativas e registou mais de 130 desistências,.
A falta de médicos de família é especialmente visível na região de Lisboa e Vale do Tejo, que nem conseguiu preencher metade das 230 vagas disponíveis, mas estendeu-se também às regiões do Alentejo (26 vagas) e do Algarve (28), ambas com uma taxa de preenchimento inferior a 60%, segundo Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Em sentido inverso, o Norte alcançou 100% de preenchimento das 88 vagas disponíveis e a região Centro conseguiu ocupar 85% das vagas.
Para a Federação Nacional dos Médicos, a responsabilidade “é do Governo, que insiste em não apoiar devidamente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os seus médicos de família, completamente assoberbados com listas de utentes sobredimensionadas, num contexto em que é necessário conciliar o acompanhamento habitual aos seus utentes com a recuperação da actividade que não se realizou em 2020 e 2021, o atendimento e rastreio de casos suspeitos de COVID-19 nas Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios e o apoio nos centros de vacinação”.
Referem ainda que, o Ministério da Saúde não pode continuar a não negociar com os sindicatos médicos. É fundamental que as negociações sejam retomadas, de forma séria e ponderada, de maneira a respeitar o trabalho dos médicos e a saúde dos seus utentes.